Fidel Castro (I)


Fidel Castro, líder da Revolução Cubana, é o ser-humano que mais sobreviveu a tentativas de assassinato na história. Entre 1961 e 2000, a Agência Central de Inteligência dos governo dos Estados Unidos (CIA) tentou matá-lo em pelo menos 638 ocasiões.

Os planos para matar o revolucionário cubano começaram tão logo John Kennedy tomou posse na Casa Branca. Após o fracasso dos estadunidenses na invasão da Baía dos Porcos, a CIA criou um comitê denominado Grupo Especial Ampliado, com o objetivo específico de matar Fidel Castro sem incriminar o governo dos Estados Unidos. A chefia do comitê ficou a cargo de Robert Kennedy, irmão do presidente. Após sucessivos fracassos, o diretor da agência, Allen Dulles, foi substituído por John McCone. De nada adiantou. Fidel sobreviveu a todos os atentados e cada nova tentativa se aproximava mais e mais da União Soviética. O próprio presidente dos Estados Unidos não teria tanta sorte - em 22 de novembro de 1963, John Kennedy seria assassinado enquanto desfilava em carro aberto pelas ruas de Dallas, no Texas.

Mesmo após a morte de Kennedy, a persistente CIA seguiu com seu plano de matar Fidel. Os agentes tentaram de tudo: charutos envenenados, roupa de mergulho contaminada com fungo letal, molusco-bomba, sorvete tóxico, sapatos infectados com tálio, radiação, spray alucinógeno, creme de barbear mortal e tudo mais que a criatividade humana é capaz de conceber. Usaram romance. A espiã da CIA Marita Lorenz foi enviada para a ilha para seduzir Fidel Castro e matá-lo, mas acabou se apaixonando pelo líder cubano e desistiu de levar o plano adiante. Também tentaram cooptar agentes do próprio regime castrista, como Rolando Cubela, que havia lutado ao lado de Fidel na Serra Maestra, a quem ofereceram uma fortuna para matar o próprio chefe - em vão. Por fim, pediram ajuda até para a máfia. Em 1962, incumbiram John Rosselli, um gangster de Miami, da missão de tentar matar Fidel com cápsulas contendo uma bactéria assassina. Novamente, não deu certo.

A última tentativa de assassinato conhecida ocorreu em 2000, no Panamá. Cerca de 90 quilos de explosivos foram colocados sob um palanque onde Fidel faria um discurso. O plano foi descoberto e cinco agentes, incluindo o exilado cubano e colaborador da CIA Luis Posada Carriles, foram presos. Fidel Castro só morreria em 25 de novembro de 2016, de causas naturais, aos 90 anos de idade. Desde 2011, o comandante cubano detém o título oficial de pessoa que mais sobreviveu a atentados no Guinness, o Livro dos Recordes. As histórias sobre as tentativas de assassinato da CIA contra Fidel foram compiladas no livro "638 Maneiras de Matar Castro", de Fabián Escalante. A obra serviu de subsídio a um famoso documentário homônimo produzido pelo Channel 4, da Inglaterra.

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