Genocídio Filipino
A Marcha por Samar foi um dos mais sangrentos crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos durante a Guerra Filipino-Americana. Visando capturar o revolucionário filipino Vicente Lukbán, líder do movimento independentista que lutava pela libertação das Filipinas do domínio estadunidense, o general de brigada Jacob Smith ordenou que os seus soldados invadissem a Ilha de Samar, incendiassem os vilarejos e matassem "todos os filipinos capazes de segurar uma arma". Quando o major Littleton Waller, chefe da expedição, questionou "a partir de qual idade devemos considerar que um filipino consegue segurar uma arma", Smith retrucou sem titubear: "dez anos".
Seguiu-se um massacre generalizado da população civil filipina. Crianças, adolescentes, mulheres, idosos, ninguém foi poupado. Além do massacre de civis, animais foram abatidos, as plantações destruídas e as casas incendiadas. Rotas de acesso aos vilarejos foram bloqueadas para forçar os filipinos a se submeterem ao domínio estadunidense por intermédio da privação, levando à morte de centenas de milhares de pessoas por fome.
Os massacres cometidos pelo Exército dos Estados Unidos nas Filipinas eventualmente foram denunciados pela imprensa, gerando uma grande pressão pela punição dos responsáveis. O general Jacob Smith foi o primeiro estadunidense a ser processado por crimes de guerra em uma corte marcial. Não obstante, o militar contava com a proteção do governo dos Estados Unidos e teve sua punição abrandada, limitando-se à aposentadoria compulsória. A Guerra Filipino-Americana foi um dos primeiros genocídios praticados pelos Estados Unidos em território estrangeiro, deixando mais de um milhão de mortos - a imensa maioria civis desarmados - o equivalente a 10% da população das Filipinas no começo do século XX.
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