Guerra da Coreia (I)

Uma idosa carregando seu neto caminha em meio aos escombros da sua casa, destruída por um bombardeio aéreo estadunidense. Pyongyang, Coreia do Norte, 1950.

A Guerra da Coreia (1950-1953) foi um dos mais sangrentos conflitos tributários da Guerra Fria. Ocupada pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial, a península da Coreia foi libertada pelas tropas da União Soviética e dos Estados Unidos em 1945. Com a derrota do Eixo, as duas potências concordaram com a divisão da península ao longo do Paralelo 38, criando duas novas nações: a Coreia do Norte, socialista e aliada da União Soviética, e a Coreia do Sul, capitalista e sob esfera de influência dos Estados Unidos. Os dois países, entretanto, não aceitaram a demarcação de fronteiras e passaram a pressionar pela unificação do território, com os dois lados tentando impor seu próprio regime político e econômico sobre a outra parte. Em 25 de junho de 1950, alegadamente reagindo a incursões de soldados sul-coreanos em seu território, as tropas da Coreia do Norte ultrapassaram os limites do Paralelo 38. A Coreia do Sul respondeu declarando guerra.

Os norte-coreanos conseguiram avançar rapidamente sobre o território da Coreia do Sul, provocando a reação dos estadunidenses que, temerosos que o país aliado fosse dominado por um regime socialista, decidiram intervir diretamente no conflito. Os Estados Unidos pressionaram na ONU pela aprovação da Resolução 38, conseguindo dessa forma despachar tropas militares sob a bandeira das Nações Unidas para lutar na Guerra da Coreia. As tropas da ONU eram compostas por militares de diversos países aliados aos Estados Unidos, mas 90% dos soldados eram estadunidenses Com o reforço bélico dos Estados Unidos e seus aliados, as tropas sul-coreanas conseguiram repelir o exército da Coreia do Norte, forçando-o a recuar para além das próprias fronteiras. Não obstante, vislumbrando a possibilidade da Coreia do Norte ser derrotada, a China resolveu intervir no conflito, enviando o Exército Voluntário do Povo Chinês para auxiliar as forças norte-coreanas.

A intervenção chinesa forçou o recuo das tropas da Coreia do Sul, permitindo maior equilíbrio nos combates terrestres, ao passo que os Estados Unidos submetiam as cidades norte-coreanas a bombardeios constantes, vitimando milhões de civis. A guerra se arrastou por três anos e passou a atrair cada vez mais atores externos: países do bloco socialista, como Alemanha Oriental e Polônia, enviavam tropas em auxílio da Coreia do Norte, enquanto nações do bloco capitalista, como França e Austrália, se aliavam à Coreia do Sul. O impasse gerado pelo equilíbrio de forças levou às alterações dos objetivos, que passou a ser o restabelecimento dos limites entre as duas Coreias. Em julho de 1953, quando as duas frentes se estabilizaram, um armistício foi assinado, levando ao cessar-fogo. Não obstante, nenhum tratado de paz foi firmado, e apesar do fim das hostilidades, as duas Coreias permanecem até hoje tecnicamente em guerra.

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