Ivan Sidorenko

Ivan Sidorenko, pintor e franco-atirador, é considerado o sniper mais letal da história da União Soviética, responsável por matar mais de 500 soldados nazistas.

É senso comum a associação de artistas plásticos ao pacifismo e valores humanitários, incompatíveis com os horrores brutais da guerra. Sempre há exceções, é claro, que vão de encontro a esses estereótipos - Adolf Hitler é provavelmente o exemplo mais notável e sórdido. Mas havia também na União Soviética outro artista plástico que se notabilizou não apenas por trocar o pincel pelo fuzil - mas por ser extremamente proficiente no seu uso e por lutar do lato certo do conflito. Trata-se do major Ivan Sidorenko, considerado um dos maiores franco-atiradores da história. A ele são creditadas as mortes de mais de 500 soldados nazistas, incluindo vários oficiais.

Ivan Sidorenko nasceu em 12 de setembro de 1919, em uma família de camponeses de Smolensk. Interessado por pintura desde pequeno, matriculou-se no curso de artes plásticas na Escola de Arte de Penza, nos arredores de Moscou. Antes que pudesse concluir sua graduação, entretanto, teve início a Segunda Guerra Mundial. Convocado pelo Exército Vermelho, partiu para treinamento em uma escola de infantaria na península da Crimeia. Em 1941, Sidorenko lutou na Batalha de Moscou, ocasião em que se destacou pela precisão de seus tiros, chamando a atenção dos seus superiores, que o incumbiram de treinar outros snipers. Também passou a liderar sua própria equipe de franco-atiradores nas batalhas da Frente do Báltico, causando inúmeras baixas ao exército nazista, além de destruir blindados, automóveis e tratores com munição incendiária.

Incomodados com os estragos causados pelo sniper artista, os nazistas despacharam um time de atiradores para tentar neutralizá-lo. Durante uma missão na Estônia em 1944, Sidorenko foi gravemente ferido, permanecendo hospitalizado quase até o fim da guerra. Mesmo após sua recuperação, seus superiores - que o enxergavam como um treinador insubstituível - não permitiram que voltasse aos campos de batalha. Sidorenko passou a atuar exclusivamente como instrutor de tiro, tendo formado mais de 250 franco-atiradores para o Exército Vermelho.

Ao término da guerra, Sidorenko foi condecorado com o título de Herói da União Soviética. Após requisitar sua dispensa do Exército Vermelho, estabeleceu-se no Oblast de Cheliabinsk, nos Montes Urais, onde trabalhou como supervisor numa mina de carvão. Em 1974, mudou-se para o Daguestão, onde faleceu em 19 de fevereiro de 1994.

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