Josina Machel
Josina Machel nasceu em 10 de agosto de 1945 em Vilanculos. Em 1956, mudou-se para Maputo para frequentar a escola secundária. Na capital moçambicana, Josina ingressou no movimento estudantil e travou contato com os grupos revolucionários anticoloniais.
Foi uma das 25 jovens mulheres que saíram de Moçambique para se integrarem à FRELIMO - a Frente de Libertação de Moçambique, uma organização fundada na nação vizinha da Tanzânia na década de 1960 para lutar pela independência do país do domínio colonial de Portugal.
Junto com suas companheiras, Josina participou da luta armada anticolonial e fundou o Destacamento Feminino da FRELIMO, que combinava treinamento militar, defesa das zonas liberadas e educação política das comunidades locais. Iniciava então um importante processo de integração das mulheres na luta pela libertação nacional e, paralelamente, atuava no processo de conscientização das massas sobre os objetivos do programa socialista e anticapitalista da FRELIMO.
Em 1969, Josina assumiu o cargo de chefe da Seção de Assuntos Sociais da FRELIMO. Durante sua gestão, criou o Centro Infantil de Nangade e uma rede de centros de saúde, escolas e creches nas áreas liberadas do domínio português, além de serviços de apoio material para a população de baixa renda e auxílio para as famílias dos guerrilheiros vitimados na guerra anticolonial.
Durante o Segundo Congresso da Frente de Libertação, Josina advogou a favor da inclusão completa das mulheres na luta pela independência de Moçambique e assumiu a a Seção da Mulher no Departamento de Relações Exteriores da FRELIMO. Sua proeminência e papel de liderança institucional tiveram grande impacto na visibilidade das mulheres e na luta pela igualdade de gênero.
Josina faleceu aos 26 anos, no dia 7 de abril de 1971, vitimada por um câncer. É considerada Heroína Nacional de Moçambique. O Dia Nacional da Mulher Moçambicana é celebrado na data do seu falecimento. Seu viúvo, Samora Machel, se tornaria o primeiro presidente de Moçambique, logo após a independência do país, conquistada em 1975. O trabalho revolucionário de Josina Machel à frente da FRELIMO também daria origem à Organização Nacional das Mulheres Moçambicanas, fundada em 1973.
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