Liberalismo (I)
Não existe nenhum país do mundo que tenha se desenvolvido aplicando conceitos do receituário liberal. Todos os países desenvolvidos - sejam Estados Unidos, Canadá, Japão, nações da Europa, Coreia do Sul, Cingapura, Austrália - se desenvolveram a partir de processos históricos marcados por forte intervenção estatal, não apenas na economia, mas em todas as áreas estratégicas correlatas ao desenvolvimento econômico. E os países que mais crescem nos dias atuais são países com forte planejamento econômico estatal - nomeadamente a China e o Vietnã.
Não é ironia que think tanks originários de países com Estados gigantescos e interventores, como Estados Unidos (onde há empresas públicas até para explorar o espaço, inúmeros subsídios e intervenção constante do poder público em tudo) e Inglaterra (que nunca privatizou suas dezenas de TVs e rádios públicas) digam a países subdesenvolvidos como o Brasil para privatizarem suas empresas, abolirem subsídios e sobretaxas e desregulamentarem seus mercados. Esses receituários, ao melhor estilo "faça o que eu digo, não faça o que eu faço", servem justamente para manter os países subdesenvolvidos em sua condição de subdesenvolvimento. Afinal, para que exista um centro capitalista rico e próspero, é necessário que exista uma periferia, pobre e espoliada, ofertando commodities e mão-de-obra barata.
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