Lyudmila Pavlichenko

A major soviética Lyudmila Pavlichenko (1916-1974) é considerada a franco-atiradora feminina mais bem sucedida da história. A ela são creditadas as mortes de 309 soldados nazistas, incluindo 36 snipers e ao menos 100 oficiais.

Lyudmila Pavlichenko nasceu em Bila Tserkva, na Ucrânia, em 12 de julho de 1916. Estudante de história na Universidade de Kiev, Lyudmila se ofereceu como voluntária ao recrutamento do Exército Vermelho em 1941, após a invasão da União Soviética pelas tropas de Hitler. Tornou-se uma das mais de 2.000 franco-atiradoras femininas do Exército Vermelho que atuaram durante a Segunda Guerra Mundial. Apenas um ano após seu ingresso no exército, já havia atingido a patente de tenente e recebido uma condecoração por seus esforços de guerra.

Em 1942, Lyudmila foi ferida em combate por um morteiro. Afastada do campo de batalha para se recuperar, foi enviada para os Estados Unidos para uma visita oficial, tornando-se a primeira cidadã soviética a ser recebida por um presidente estadunidense na Casa Branca. Após ser homenageada por Franklin Roosevelt, foi convidada pela primeira dama, Eleanor, para fazer um tour pelos Estados Unidos e relatar suas experiências em combate.

Lyudmila não escondeu sua irritação com a futilidade da imprensa local, que insistia em perguntas sobre uso de maquiagem ou sobre sua aparência no uniforme. Em determinada ocasião, retrucou: "Se vê que, para os americanos, o importante é se as mulheres vestem roupa íntima de seda por baixo do uniforme. Mas o significado verdadeiro do uniforme, isso eles precisam aprender". Em Chicago, foi efusivamente aplaudida após um discurso em que exortou a plateia a apoiar a criação de uma segunda frente de combate aos nazistas: "Eu tenho 25 anos e já matei 309 invasores fascistas até o momento. Vocês não acham, senhores, que já se esconderam por muito tempo atrás das minhas costas?", declarou.

Após retornar à União Soviética, foi promovida a major e passou a treinar snipers para o Exército Vermelho. Em 1943, foi condecorada com a Estrela de Ouro, tornando-se oficialmente Heroína da União Soviética. Após a guerra, Lyudmila concluiu seus estudos na Universidade de Kiev, tornando-se historiadora. Serviu como assistente de pesquisas no Quartel-General da Marinha Soviética e ingressou no Comitê Soviético dos Veteranos de Guerra. Faleceu em Moscou, em 10 de outubro de 1974.

Sua trajetória foi contada no filme biográfico "Batalha de Sevastopol", que tem entre os pontos altos a dramatização de um diálogo entre a franco-atiradora e a primeira-dama dos Estados Unidos. Ao ser questionada por Eleanor Roosevelt sobre quantos homens havia matado, Lyudmila retrucou: "Não eram homens. Eram fascistas".

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