Partido Comunista dos Estados Unidos


Manifestação do Partido Comunista dos Estados Unidos (CPUSA) no Dia do Trabalhador. Filadélfia, 1º de maio de 1935.

Fundado em 1919 como uma dissidência do Partido Socialista da América, o Partido Comunista dos Estados Unidos teve um papel bastante ativo no movimento trabalhista e sindical entre as décadas de 1920 e 1930. O partido atingiu seu ápice de popularidade durante a Grande Depressão, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, tornando-se uma das maiores legendas do país, com mais de 200 mil filiados. Nas décadas seguintes, o partido teria destacada atuação na defesa dos direitos civis dos cidadãos afro-americanos.

Com a crescente pressão anticomunista exercida pelo macartismo e pela histeria da "ameaça vermelha", o Partido Comunista dos Estados Unidos passou a ser alvo de frequentes perseguições e ataques. Milhares de membros do partido foram presos, filiados imigrantes foram deportados e algumas lideranças chegaram a ser assassinadas. Em 1954, o presidente estadunidense Dwight Eisenhower sancionou o Ato de Controle do Comunismo, que bania o Partido Comunista e criminalizava filiação, participação e mesmo o mero apoio a toda e qualquer organização com "tendências socialistas, comunistas ou marxistas".

O ato legislativo que baniu o Partido Comunista dos Estados Unidos foi posteriormente considerado inconstitucional em tribunais federais, por ferir a liberdade de expressão e de filiação partidária. A brecha permitiu que a agremiação voltasse a existir em termos legais. Entretanto, a Suprema Corte dos Estados Unidos jamais se pronunciou sobre a matéria. Em consequência disso, o Partido Comunista dos Estados Unidos segue até os dias de hoje com o status incerto, de "clandestinidade tolerada".

Curiosamente, ao mesmo tempo em que que restringem a atuação política do Partido Comunista, os Estados Unidos permitem a existência legal de organizações que têm por objetivo a difusão do racismo, do discurso do ódio e o incentivo à intolerância contra minorias. É o caso das associações civis ligadas à Ku Klux Klan que, a despeito do histórico de atos terroristas, linchamentos e assassinatos de negros, são autorizadas a operar e legalmente protegidas pela "liberdade de expressão" garantida no texto da Primeira Emenda.

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