Revolução Nacional de 9 de Setembro

Combatentes da Frente Patriótica da Bulgária ingressam na cidade de Plovdiv, após a queda do regime fascista de Konstantin Muraviev, durante a Revolução Socialista de 9 de Setembro de 1944.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Bulgária era governada por um regime fascista, aliado à Alemanha Nazista e às Potências do Eixo. O país era então uma monarquia, regida pelo Príncipe Cirilo e tendo como chefe-de-governo o primeiro-ministro Konstantin Muraviev. Extremamente autoritário e repressivo, o governo búlgaro perseguia violentamente seus dissidentes, realizando execuções em massa por enforcamento toda e qualquer pessoa suspeita de apoiar ou simpatizar com as forças antifascistas.

Em 1942, para combater o regime de Muraviev, o revolucionário antifascista Georgi Dimitrov, líder da Internacional Comunista, fundou a Frente Patriótica da Bulgária, congregando membros do Partido Comunista Búlgaro, do Partido Operário Social-Democrata, da União Agrária da Bulgária e de outras agremiações políticas, organizações sindicais e movimentos sociais e estudantis. Um grupo de aproximadamente 30.000 civis búlgaros, ativos na resistência armada ao fascismo, juntou-se à Frente Patriótica, passando a empreender ações de guerrilha, sabotagem, contra-inteligência e enfrentamento aberto.

Em meados de 1944, a União Soviética avançava rapidamente sobre o Leste Europeu obrigando as tropas nazistas a recuarem. No começo de setembro, quando o Exército Vermelho se aproximou da Bulgária, a Frente Patriótica e os cidadãos búlgaros iniciaram uma grande rebelião generalizada em apoio às forças soviéticas, organizando manifestações, greves e revoltas nas principais cidades do país.

Em 9 de setembro de 1944, contando com o apoio dos soldados soviéticos, dos partisans do Exército de Libertação Popular e de algumas unidades desertoras do exército regular da Bulgária, a Frente Patriótica derrubou o regime fascista de Muraviev. A monarquia foi abolida e substituída por uma república, chefiada por Kimon Georgiev. A Bulgária juntou-se imediatamente então à coalização antifascista, somando forças com a União Soviética e com os Aliados ocidentais na luta contra Adolf Hitler. Após o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota dos nazistas, os búlgaros confirmaram o apoio às mudanças políticas no referendo de 1946, que oficializou a transição do país para uma república socialista - a República Popular da Bulgária, que duraria 45 anos.