Yelena Mazanik
Após as tropas alemãs invadiram a União Soviética em 1941, Adolf Hitler designou Wilhelm Kube, uma das mais importantes lideranças nazistas, para o cargo de Comissário-Geral da Bielorrússia, tornando-o responsável por gerir um vasto território no Leste Europeu, habitado por 8 milhões de pessoas. Antissemita ao extremo, Kube considerava que os judeus eram "uma praga para a raça branca, da mesma forma que a sífilis é uma praga para a humanidade".
Durante seu domínio sobre a Bielorrússia, Kube construiu mais de 200 guetos judeus e 260 campos de extermínio, iniciando um processo de aniquilação em massa de judeus e comunistas. Por esse motivo, os partisans soviéticos - movimento armado de civis que resistiam à ocupação nazista - estabeleceram como objetivo prioritário o assassinato de Wilhelm Kube. O Comissário-Geral, entretanto, era muito bem guardado pelas tropas nazistas e todas as tentativas de assassiná-lo falharam. Em julho de 1943, os partisans haviam detonado uma bomba no teatro de Minsk, matando 70 soldados nazistas, mas Kube não foi atingido. Dois meses depois, atacaram um banquete para oficiais alemães, matando outros 36 oficiais do alto escalão, mas Kube não estava presente.
Foi quando uma mulher soviética chamada Yelena Mazanik se voluntariou a ajudá-los. Nascida no Governorado de Minsk em 2 de março de 1914, Yelena era oriunda de uma humilde família de camponeses bielorrusos. Yelena trabalhava como garçonete no Conselho do Comissariado do Povo da Bielorrússia, até a invasão da União Soviética pelas tropas nazistas, quando decidiu se juntar à resistência civil. Infiltrou-se então em uma unidade da Wehrmacht em busca de informações privilegiadas, utilizando o pseudônimo "Galina". Posteriormente, serviu como garçonete em um refeitório de oficiais alemães, até ser recrutada para trabalhar como empregada doméstica na mansão de Wilhelm Kube em junho de 1943.
Yelena explicou aos partisans que teria facilidade em matar Kube, já que trabalhava em sua residência. Os partisans concordaram com o plano e trataram de tirar a família de Yelena da cidade para que não sofressem retaliação. O plano inicial era envenenar Kube com arsênico, mas Yelena discordou, temendo que as crianças que viviam na residência pudessem comer da refeição envenenada. Optaram então por uma bomba-relógio. Yelena recebeu uma cápsula de cianureto para se suicidar caso o plano falhasse e ela fosse descoberta pelos nazistas.
Em 21 de setembro de 1943, Yelena partiu para a mansão, levando a bomba embrulhada em um lenço dentro sua bolsa. Os guardas nazistas não prestavam muita atenção às empregadas que trabalhavam no local. Não perceberam o artefato quando a revistaram superficialmente na entrada da residência. Durante seus afazeres, Yelena armou a bomba e a colocou sob a cama de Kube. Em seguida, comunicou à governanta que precisaria sair mais cedo para ir ao dentista e não mais retornou à mansão. O plano deu certo. Na madrugada do dia 22 de setembro, a bomba explodiu matando Wilhelm Kube. Yelena se juntou aos partisans, que a escoltaram até Moscou, onde ela recebeu o título de Heroína da União Soviética.
Após a guerra, Yelena ingressou no Partido Comunista. Graduou-se pelo Instituto Pedagógico de Minsk, em 1952 e assumiu o cargo de vice-diretora da Biblioteca Central da Academia de Ciências da República Socialista Soviética da Bielorrússia. Faleceu em 7 de abril de 1996, aos 82 anos.
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