Atrocidades de Leopoldo II no Congo
Visando maximizar os ganhos com a exploração dos recursos do Congo, o Rei Leopoldo II confiscou terras dos nativos e instituiu o trabalho escravo. Também criou a "Força Pública", um grupo de mercenários armados responsáveis por garantir o cumprimento de suas ordens em toda a colônia, além de dividir o território em distritos administrados por líderes escolhidos pessoalmente por ele, imbuídos de poderes ditatoriais para manter a região sob absoluto controle.
Os congoleses eram forçados a trabalhar até a morte nas plantações, na extração da borracha e nas minas de ouro e diamante. Torturas, sequestros de familiares, estupros e assassinatos tornaram-se formas rotineiras de punir ou de pressionar os trabalhadores. Os nativos também recebiam cotas de produção. Os que não conseguissem bater as metas de obtenção de ouro, diamante ou marfim, por exemplo, tinham como castigo a amputação das mãos ou dos pés. Caso o escravo fugisse antes de ser "punido", ou caso precisasse das duas mãos ou dos dois pés para cumprir seu trabalho, quem tinha as mãos ou pés decepados era sua esposa ou os seus filhos.
Aproximadamente 10 milhões de congoleses morreram em decorrência das atrocidades levadas a cabo por Leopoldo II durante seu domínio na colônia - o equivalente a metade da população do país. Os recursos africanos foram utilizados na construção de projetos faraônicos na Bélgica, incluindo suntuosos edifícios da realeza, como o Palácio de Tervuren.
Eventualmente, informações sobre as atrocidades cometidas no Congo se espalharam pelo mundo. Diante de uma crescente pressão internacional, o parlamento belga decidiu intervir e afastou Leopoldo II do controle direto sobre a colônia em 1908. Mas o trabalho forçado continuaria existindo em algumas regiões até que o Congo conseguisse se tornar independente em 1960.
Leopoldo II é considerado herói nacional da Bélgica. Seu corpo está sepultado no interior da Igreja de Nossa Senhora de Laeken. Uma estátua equestre foi erguida em sua honra na cidade de Bruxelas e diversos outros monumentos o homenageiam em todo o país - um deles, na cidade de Arlon, traz uma inscrição o exaltando por seus esforços em "levar a civilização ao Congo.

Comentários
Postar um comentário