Erundina e o SUS paulistano


A prefeita Luiza Erundina inaugurando o Centro de Referência em Saúde dos Trabalhadores, no bairro da Penha, Zona Leste de São Paulo, em seu primeiro ano de mandato.

Luiza Erundina foi a prefeita que mais expandiu a rede hospitalar de São Paulo. Até 1989, a capital paulista possuía 7 hospitais municipais, construídos ao longo de um século e 44 gestões, quase todos concentrados na região central da cidade. Em seus quatro anos de mandato, Erundina praticamente duplicou a rede, inaugurando seis novos hospitais municipais - cinco dos quais na periferia: Hospital Alexandre Zaio, Hospital Benedicto Montenegro e Hospital Alípio Correa Netto (Zona Leste), Hospital Fernando Mauro Pires da Rocha (Zona Sul),Hospital Mário Degni (Zona Oeste) e o Hospital Ignácio Proença de Gouvêa (Mooca, região central).

Erundina também inaugurou três pronto-socorros municipais, treze postos de saúde e o primeiro serviço de aborto legal do país. Também criou o Sistema Operacional de Socorros (SOS) - o primeiro serviço público de ambulâncias do Brasil, precursor do SAMU. Implementou ainda 23 novos serviços especializados na área da saúde pública, focados no atendimento de mulheres, trabalhadores, idosos, portadores de doenças crônicas, etc. Reformou os serviços de saúde mental, proibindo a utilização de celas fortes e camisas-de-força em pacientes psiquiátricos. Por fim, ampliou em 74,7% o número de funcionários da rede municipal de saúde - 84 concursos públicos específicos para a área da saúde foram realizados entre 1989 e 1992.

As ações de Erundina não representam apenas um recorde histórico de realizações na área da saúde pública em São Paulo. A ex-prefeita foi efetivamente a principal responsável pela construção da infraestrutura básica do atual sistema municipal de saúde do município, influenciando também a criação de programas e projetos similares em escala nacional.

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