Fidel Castro no Memorial Lincoln

Davi e Golias: Fidel Castro no Memorial Lincoln. Washington, DC, 1959. Fotografia de Alberto Korda.

Pouco tempo depois de assumir o poder em Cuba, Fidel Castro fez uma visita de duas semanas aos Estados Unidos, a convite da Sociedade Americana de Editores de Jornais. Ainda ressentido pela deposição de Fulgencio Batista, o presidente estadunidense, Dwight D. Eisenhower, não foi recebê-lo. Deixou Washington durante a visita de Fidel e foi para um resort jogar golfe. O vice-presidente Richard Nixon ficou incumbido da tarefa de receber o mandatário cubano.

Nixon guiou Castro em um roteiro diplomático, acompanhando-o em pontos turísticos como o Palácio de Mount Vernon e o Memorial Lincoln. Aproveitou a oportunidade para sondá-lo sobre a realização de eleições em Cuba e tentar demovê-lo da ideia de instituir um regime socialista. Os eforços de Nixon foram em vão e logo a relação entre Cuba e Estados Unidos se deterioraria de forma incontornável. Pouco tempo depois, John Kennedy, sucessor de Eisenhower, enviaria exilados cubanos armados e treinados pelos órgãos de inteligência estadunidense numa missão desastrosa e mal sucedida para tentar derrubar o governo de Castro - a infame Invasão da Baía dos Porcos.

Apesar disso, Fidel manteve, ao longo de todo seu governo, uma recordação alusiva à sua visita aos Estados Unidos na mesa de seu escritório: um pequeno busto de Abraham Lincoln. O revolucionário cubano era um admirador do ex-presidente estadunidense e de suas "justas ideias de que todos os cidadãos nascem livres e iguais". E às impressões de Nixon, que o rotulara como "ingênuo" por supostamente não perceber que o caminho que havia escolhido dificultaria seu governo em Cuba, Fidel respondeu: "os norte-americanos não entendem que nosso país não é Cuba. Nosso país é a humanidade".

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