Intervenções dos Estados Unidos na América Latina
Nenhuma outra região do planeta tem um histórico tão massivo de intervenções operadas pelos Estados Unidos quanto a América Latina. Desde o século XIX, os países latino-americanos foram submetidos a uma série de guerras, invasões, desmembramentos territoriais, colonização, operações de mudança de regime, imposição de ditaduras, massacres, genocídios, ações de espionagem, sabotagem, desestabilização de governos e corrupção das instituições.
Os Estados Unidos nunca esconderam o fato de que se atribuem um direito natural de explorar e intervir na América Latina para assegurar seus interesses sempre que necessário. Essa concepção foi moldada a partir de três ideias desenvolvidas pela sociedade estadunidense desde o século XVIII. A primeira é a teoria do Excepcionalismo Americano - a crença de que os Estados Unidos são um país qualitativamente diferenciado de todas as outra nações do mundo. A segunda é a doutrina do Destino Manifesto, que expressa a ideia de que o povo estadunidense foi eleito por Deus para "civilizar" a América. A terceira, por fim, é a Doutrina Monroe, que reduz o continente americano à conjuntura da "esfera de influência" estadunidense, a zona "natural" para a imposição da hegemonia política, cultural e econômica dos Estados Unidos.
Essas três ideias constituem os alicerces do domínio imperialista estadunidense sobre a América Latina, muito bem exemplificado em uma famosa frase do republicano William Howard Taft, 27° presidente dos Estados Unidos: “Não está distante o dia em que três estrelas e três listras em três pontos equidistantes demarcarão nosso território: um no Polo Norte, outro no Canal do Panamá e o terceiro no Polo Sul. Todo o hemisfério será de fato nosso, em virtude da nossa superioridade racial, que já é moralmente nossa”
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