Joe Biden (II)
O então vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cumprimenta seu congênere brasileiro, Michel Temer, durante uma visita ao Palácio do Itamaraty. Brasília, 31 de maio de 2013.
Formado em história e ciência política pela Universidade de Delaware e em direito pela Universidade de Syracuse, Joe Biden filiou-se ao Partido Democrata em 1969, candidatando-se nesse mesmo ano a um assento no Conselho de New Castle. Eleito, serviu no conselho até 1972, quando concorreu com sucesso ao senado por Delaware. Biden seria reeleito para seis mandatos consecutivos como senador. Em seus mandatos, fez forte campanha pela aprovação da Lei Abrangente de Controle do Crime no Senado. A lei foi muito criticada pelo teor punitivista e elitista e por consolidar a prática de perfilamento racial, contribuindo enormemente para o aumento do encarceramento nos Estados Unidos, sobretudo entre jovens afrodescendentes. Ainda no senado, Biden também se opôs a um projeto de lei que determinava o fim da segregação racial nos ônibus.
Em 1999, Biden foi favorável à campanha de bombardeio da OTAN contra Sérvia e Montenegro. Em 2001, apoiou o ingresso dos Estados Unidos na Guerra do Afeganistão. No ano seguinte, alegando que Saddam Hussein era uma "ameaça à segurança nacional", Biden votou a favor do início da Guerra do Iraque - país falsamente acusado pelo então presidente George W. Bush de armazenar armas de destruição em massa que nunca foram encontradas. Em 2008, Biden criticou Bush por "pegar leve" com a Líbia, equiparando uma suposta "inércia" dos Estados Unidos à condescendência dos líderes ocidentais com Hitler na Segunda Guerra Mundial.
Em 2008, foi criticado após dizer que Barack Obama era "o primeiro afro-americano que é articulado, brilhante e limpo e um cara bonito", retirando sua pré-candidatura à presidência dos Estados Unidos. Não obstante, concorreu como vice-presidente pela chapa do Partido Democrata encabeçada por Obama. Eleito, Biden exerceu o cargo de vice-presidente entre 2009 e 2017.
Na vice-presidência, Biden defendeu o envio de 21.000 soldados estadunidenses para lutar no Afeganistão. Em 2011, apoiou a intervenção militar dos Estados Unidos e da OTAN na Líbia. Em 2012, defendeu o armamento dos rebeldes da Síria. Em junho de 2013, Biden coordenou a resposta da gestão Obama ao escândalo de espionagem em massa e vigilância global realizado pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos - a NSA. Documentos vazados por Edward Snowden comprovaram que agências do governo estadunidense mantinham sistemas de monitoramento e vigilância das comunicações eletrônicas em todo o mundo, incluindo governos aliados e empresas estrangeiras. No Brasil, a espionagem incluiu a presidente Dilma Rousseff, dezenas de ministros, diplomatas e assessores, além do avião presidencial e empresas públicas como a Petrobrás.
Biden também elogiou os esforços da Operação Lava Jato no Brasil e a cooperação técnica com órgãos do governo estadunidense. Após o impeachment de Dilma, Biden rechaçou as alegações de que o afastamento da mandatária brasileira seria um golpe de Estado, defendendo a ideia de que o impeachment "seguiu os ritos democráticos e a Constituição". Ainda em setembro de 2016, Biden se reuniu com Michel Temer, a quem classificou como "grande amigo" e asseverou que os Estados Unidos "continuarão trabalhando estreitamente com o presidente Temer" e que o Brasil se tornaria "um dos parceiros mais próximos dos Estados Unidos na região".

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