O Mito do Holodomor


"O Mito do Holodomor"

Artigo de Dougal MacDonald, educador canadense e professor da Universidade de Alberta.

"Desde sua eleição em 2015, o governo Trudeau, todo dia 25 de novembro, emite um comunicado sobre a alegada crise famélica artificialmente produzida na Ucrânia, mais conhecida como "Holodomor". A cada ano, os comunicados repetem as mesmas mentiras: que se tratou de um genocídio sistemático cometido pelo governo soviético, que milhões foram mortos através de inanição forçada, que foi uma tentativa de destruir o povo ucraniano, e que se trata de mais um exemplo do sofrimento imposto pelo comunismo. Enfatiza-se ainda que os ucranianos contribuíram muito para o Canadá e que o Canadá apoia o povo da Ucrânia e seu governo.

A cada mês de novembro, a Assembleia Legislativa de Alberta realiza sua própria cerimônia de recordação do Holodomor. Um evento público é sediado na Rotunda Legislativa de Alberta para marcar o Dia de Recordação da Fome e do Genocídio Ucraniano (Holodomor), que foi instituído pelo governo conservador em 2008, após a aprovação do projeto de lei nº. 37. A lei determina que o último sábado de cada mês de novembro é o Dia de Recordação do Holodomor em Alberta. Outras províncias canadenses aprovaram leis semelhantes e também organizam cerimônias análogas.

Foram os nazistas e hitleristas que criaram o mito do Holodomor em 1933 para desacreditar a União Soviética, a inimiga que eles mais temiam. Os nazistas escreveram matérias de primeira página nos jornais alemães, que foram posteriormente replicados pela reacionária imprensa britânica. Um dos promotores mais entusiasmados da narrativa foi Lorde Rothermere, proprietário da imprensa monopolista London Daily Mail. Ele era antissoviético, anticomunista e antitrabalhista. Amigo de Hitler e Mussolini e simpatizante do partido fascista britânico de Oswald Mosley, Rothermere enviou vários telegramas parabenizando Hitler antes da invasão da Polônia. Em 27 de junho de 1939, ele escreveu "Meu querido Führer, eu tenho acompanhado com compreensão e interesse o progresso de seu trabalho grandioso e sobre-humano na regeneração do seu país."

Em setembro de 1934, o multimilionário William Randolph Hearst, proprietário do maior conglomerado da "mídia marrom" estadunidense e apoiador declarado do nazismo, encontrou-se com Hitler e com o ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels em Berlim e assinou um acordo remunerado para promover uma imagem positiva do nazismo nos Estados Unidos. Os jornais do Grupo Hearst logo começaram a veicular colunas pagas com textos em favor de Adolf Hitler, Herman Goering e Benito Mussolini, e Hearst compareceu a uma gigantesco comício nazista em Nuremberg, em 1934, exibido no famoso filme de propaganda nazista "O Triunfo da Vontade", de Leni Riefenstahl.

Hearst era raivosamente antissoviético, anticomunista e antitrabalhista e uma racista convicto. Ele odiava minorias, especialmente os mexicanos, retratando-os como preguiçosos, degenerados e violentos. A "imprensa marrom" de Hearst utilizava-se de sensacionalismo, exageros e histórias fabricadas para difundir sua agenda reacionária e vender mais jornais. Fomentados pelos hitleristas, os jornais de Hearst se tornaram os maiores propagandistas do mito do genocídio ucraniano, fazendo uso de fotografias falsas e veiculando mentiras que têm sido continuamente refutadas por evidências sólidas.

A campanha fraudulenta do genocídio famélico de Hearst começou em 8 de fevereiro de 1935, com uma manchete fabricada na primeira página no jornal Chicago American: "6 milhões de mortes por fome na União Soviética". Apoiando-se em materiais fornecidos pela Alemanha Nazista, Hearst começou a publicar mentiras sobre um genocídio que teria sido deliberadamente perpetrado pelos líderes soviéticos, causando a morte por fome de milhões de pessoas na Ucrânia. O que realmente aconteceu na União Soviética no começo da década de 1930 foi um violento conflito de classes, em que camponeses pobres se sublevaram contra latifundiários ricos, os cúlaques, em um esforço para coletivizar a agricultura. 

As falsas alegações feitas pelos jornais de Hearst de que milhões teriam morrido por causa de uma crise famélica artificial na Ucrânia foram a origem do mito ainda maior alegando que milhões morreram na União Soviética. Esses mitos foram retomados pela CIA, pela agência MI-5 do Reino Unido, e pelos caçadores de bruxas macarthistas do pós-guerra, além de propagandistas pagos como Robert Conquest, professor de Stanford, um ex-agente do MI-5. Durante décadas, esses caluniadores buscaram construir uma imagem negativa do socialismo soviético.

No Canadá, ex-colaboradores nazistas e seus seguidores têm se dedicado há muito tempo a consolidar a fraudulenta campanha do Holodomor. Após a Segunda Guerra Mundial, o Canadá se tornou um porto seguro para ucranianos que colaboraram com o regime nazista e mataram seus próprios compatriotas para satisfazer as ambições nazistas. Uma vez dentro do Canadá, e com ajuda do próprio estado canadense, esses criminosos de guerra começaram a fundar organizações domésticas reacionárias (como, por exemplo, a UCC) que persistem até os dias atuais. Essa organizações tomaram o lugar de outras organizações ucranianas progressistas previamente estabelecidas. Alguns colaboradores conseguiram atingir importantes funções na sociedade canadense, como, por exemplo, Petro Savarin, ex-membro da SS Waffen, serviu como vice-presidente do Partido Progressista Conservador do Canadá e foi chanceler da Universidade de Alberta por quatro anos.

O apoio de Trudeau ao mito anti-comunista e pró-nazista do Holodomor não é coincidência. A promoção do mito do Holodomor pelo governo de Trudeau busca avançar uma agenda de reescrita da história, ao passo que justiça o revisionismo afirmando apoiar a liberdade, a democracia, os direitos humanos e o Estado de direito. O objetivo dessa agenda, a qual devemos nos opor vigorosamente, é desorientar os canadenses para que eles não consigam se organizar e oferecer uma resistência efetiva contra o fascismo e em defesa dos direitos de todos nós."

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