Operação Impensável
A Operação Impensável - O plano secreto de Churchill para atacar a União Soviética após a queda dos nazistas:
Embora sua imagem tenha sido heroicizada pela indústria do entretenimento ocidental e reconstituída como a de um fervoroso opositor do nazismo, os documentos historiográficos comprovam que o primeiro-ministro britânico Winston Churchill tinha uma postura bem mais dúbia na vida real. Seus discursos de 1935 e 1937, "A verdade sobre Hitler" e "Hitler e sua escolha", são recheados de elogios e de exaltação ao líder nazista e demonstram que havia uma outra característica que os unia, além da crença na supremacia branca: o ódio hidrofóbico ao socialismo. Alguns anos antes, o próprio Churchill havia tentado debelar a Revolução Russa, ordenando ataques com gás venenoso contra os combatentes bolcheviques.
Não é difícil imaginar, portanto, a motivação de Churchill ao ordenar a criação de um plano de ataque dos aliados ocidentais contra a União Soviética, a ser posto em prática logo após a derrota dos nazistas. Criado pelos oficiais das três Forças Armadas do Reino Unido, o plano recebeu o nome de "Operation Unthinkable", isso é, "Operação Impensável". A operação visava, expressamente, "impor à Rússia a vontade dos Estados Unidos e do Império Britânico", receosos da influência e da dominância soviética no Leste Europeu.
A data hipotética estabelecida para o início do ataque dos aliados aos soviéticos seria 1º de julho de 1945. Tropas estadunidenses, britânicas, francesas, polonesas e alemãs agiriam de forma coordenada e se aproveitariam do fator surpresa e do desgaste da União Soviética após sua campanha de quatro anos para derrotar os nazistas - ao custo do extermínio de quase um sexto da população soviética. 47 divisões britânicas e americanas, estacionadas na área de Dresden, iniciariam a ofensiva contra unidades militares soviéticas que ocupavam o território alemão. Seriam auxiliadas por até 10 divisões da antiga Wehrmacht - as forças armadas da Alemanha Nazista, remobilizadas do status de prisioneiros de guerra. Em seguida, os ataques seriam dirigidos à Europa Oriental até adentrarem o território soviético.
O plano foi considerado extremamente perigoso. Mesmo com todas as baixas registradas na Segunda Guerra, a União Soviética mantinha superioridade numérica de tropas na proporção de 2,5 para 1 em todo o território entre a Europa e o Oriente Médio. A única vantagem efetiva das potências ocidentais seria o fator surpresa, mas se o ataque não obtivesse um sucesso rápido, a União Soviética teria condições de organizar a resistência para uma guerra total prolongada, onde, em função do tamanho do território sob seu controle e suas tropas numerosas, teria franca vantagem. Os militares britânicos avaliaram que uma derrota para a União Soviética poderia tirar a Europa Ocidental da esfera de influência anglo-americana, permitindo à União Soviética dominar todo o continente. Em função da inviabilidade e dos altos riscos, a Operação Impensável foi abortada.
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