Revolução Mexicana (I)


Pancho Villa liderando a cavalaria de "Los Dorados" durante a Revolução Mexicana, 1914.

A Revolução Mexicana (1910-1920) foi uma grande insurreição popular armada de camponeses, indígenas e dissidentes do governo que reivindicavam mudanças políticas e sociais. A liderança da revolução congregava desde socialistas e anarquistas até caudilhos e liberais, com demandas como reforma agrária, nacionalização de multinacionais, reforma do sistema político e instituição de uma nova legislação eleitoral.

Entre 1876 e 1911, o México foi governado por uma ditadura militar encabeçada pelo presidente Porfirio Díaz. O período foi marcado por práticas clientelistas, repressão política e deterioração das condições de vida da população. Paralelamente, a crise econômica de 1907 intensificou a insatisfação popular, agravada também pelos resultados da "Lei dos Baldios" de 1893, que havia levado a uma grande concentração de terras nas mãos de latifundiários e investidores estrangeiros, sobretudo estadunidenses.

Quando Porfirio Díaz foi reeleito em 1910, em um pleito marcado por irregularidades, o presidenciável derrotado, Francisco Ignacio Madero, anunciou que a eleição fora fraudada e conclamou o povo a sublevar-se contra o governo. Para angariar o apoio da população, Madero prometeu implementar a Reforma Agrária e outros programas visando o fim da exclusão social. Com isso, obteve o respaldo de Emiliano Zapata e Pancho Villa, que reuniram exércitos revolucionários em torno da causa.

Porfírio Díaz foi deposto e Madero assumiu a presidência em 1911. Não obstante, assim que chegou ao governo, Madero traiu seus apoiadores, excluindo as demandas dos campesinos. Além de não instituir a Reforma Agrária, aproximou-se dos grandes latifundiários e passou a proteger os interesses da aristocracia mexicana. Zapata e Pancho Villa decidiram então romper com Madero e continuaram a organizar a a Revolução Mexicana, dando início ao Plano de Ayala, que visava distribuir um terço das terras agricultáveis do México aos camponeses.

Paralelamente, conservadores, contrarrevolucionários e militares, tentando reaver o poder, também manifestaram oposição ao governo de Madero. O general Victoriano Huerta liderou um golpe de Estado em 1913, assumindo o governo após assassinar Madero e seu vice. Os revolucionários passam então a combater o governo de Huerta, com uma série de levantes armados. Venustiano Carranza, governador de Coahuila, juntou-se ao movimento para derrubar Huerta - cuja situação se complicou com a tomada do Porto de Vera Cruz pelos fuzileiros navais dos Estados Unidos.

Em junho de 1914, Huerta foi derrotado e deposto. Pancho Villa e Zapata tomaram o Palácio do Governo e asseguraram a posse de Venustiano Carranza como presidente. Em 1917, uma nova constituição mexicana foi promulgada, seguindo em vigor até os dias de hoje. Os assassinatos de Zapata (1919) e de Pancho Villa (1923), entretanto, enfraqueceram a Revolução, permitindo que, em pouco tempo, as velhas oligarquias mexicanas retomassem completamente o controle político do país.

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