Erradicação da pobreza na China
Em novembro de 2020, o presidente da China, Xi Jinping, anunciou publicamente a erradicação da pobreza extrema no país mais populoso do mundo. O mandatário chinês apresentou dados confirmando a remoção de todos os condados remanescentes na lista de regiões que ainda possuíam bolsões de miséria. Embora a China estabeleça seu próprio padrão nacional de pobreza extrema (renda per capita inferior a 4 mil iuanes por ano), os dados são compatíveis com as definições globais adotadas pelo Banco Mundial (renda inferior a 1,90 dólares por dia).
A erradicação da pobreza extrema na China é um feito histórico de importância incomensurável. Quando o Partido Comunista da China assumiu o poder, o país estava entre as nações mais pobres do mundo. A redução da pobreza foi contínua e acelerada ao longo das últimas décadas. Nos anos 60, o país conseguiu aliviar a fome no campo e expandir o acesso a serviços básicos em escala continental. Na década de 70, teve êxito em resolver o problema da insegurança alimentar. E nos últimos quarenta anos deu um salto impressionante na erradicação da miséria. O país não apenas manteve de forma contínua e sustentável a maior taxa de crescimento econômico per capita da história como soube distribuir de forma extremamente eficaz os frutos desse crescimento.
Conforme o Banco Mundial, a China possuía dois terços de sua população (66,3%) vivendo abaixo da linha da miséria em 1990. Em 2016, a instituição confirmou que esse percentual havia despencado para 0,5% - um índice inferior ao registrado nos Estados Unidos e várias nações europeias. Somente nos últimos sete anos, a China retirou 93 milhões de pessoas da miséria - uma população superior à da Alemanha. Não é exagero, portanto, a definição dada por Xi Jinping à façanha chinesa: "Foi a maior e mais poderosa luta contra a pobreza na história da humanidade."
Nas últimas três décadas, a China tirou mais pessoas da pobreza do que todos os outros países do mundo somados. Entre 1981 e 2005, a China sozinha foi responsável por elevar o padrão de vida de 627 milhões de indivíduos - quase 200 milhões a mais do que todos os outros países juntos. O economista britânico Danny Quah, professor da Escola de Economia e Ciência Política de Londres, afirma que a China foi responsável por 100% da redução da pobreza mundial obtida nas últimas décadas. Conforme Quah, quando se retira a China da equação, o crescimento demográfico da população carente excede a capacidade de mobilidade social de todos os países do mundo - resultando em um aumento de 50 milhões de miseráveis nas últimas décadas. Por ironia do destino, o argumento dos liberais de que o "capitalismo" operou a maior redução da pobreza da história só faz sentido se "capitalismo" for o apelido que se dá para o Partido Comunista da China.
Concluída a erradicação da pobreza na China, o país pretende alocar recursos para ajudar a superar a miséria em países subdesenvolvidos. Em 2015, a China criou o Fundo de Assistência para a Cooperação Sul-Sul, que já promove ações em mais de 30 países seguindo uma meta de retirar 32 milhões de pessoas da pobreza extrema no próximo decênio.
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