Atrocidades no Congo Belga (I)


Um homem chamado Nsala observa a mão e o pé amputados de sua filha no distrito de Nsongo, Congo Belga, em 1904.

A fotografia foi tirada por Alice Seeley Harris, uma missionária, fotógrafa e ativista dos Direitos Humanos que se tornou uma das primeiras pessoas a denunciar ao mundo as barbaridades que eram praticadas no Congo. Segue-se o relato de Harris sobre essa imagem:

"A filha não tinha conseguido cumprir sua cota de extração de borracha nesse dia, motivo pelo qual os supervisores designados pelas autoridades belgas deceparam sua mão e seu pé. A menina se chamava Boali e tinha apenas cinco anos. Depois disso, a assassinaram. Mas não terminou aí. Logo também mataram sua esposa. (...) E entregaram para Nsala esses 'presentes'".

Entre 1877 e 1908, sob o domínio do Rei da Bélgica, Leopoldo II, os nativos escravizados do Congo eram obrigados a bater metas para colheita, plantação, extração de borracha, etc. Quando falhavam, eram punidos com amputação de mãos, pés, tortura, estupro e execução.

Leopoldo II é considerado herói nacional da Bélgica. Seu corpo está sepultado no interior da Igreja de Nossa Senhora de Laeken. Uma estátua equestre foi erguida em sua honra na cidade de Bruxelas e um outro monumento o homenageia na cidade de Arlon, com uma inscrição o exaltando por seus esforços para "levar a civilização ao Congo."

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