Família Real Britânica (I)
Elizabeth II, rainha do Reino Unido, inspeciona os lingotes de ouro na caixa-forte do Banco da Inglaterra. Londres, dezembro de 2012.
Ocupando o trono desde fevereiro de 1952, Elizabeth II é responsável pelo mais longo reinado da história do Reino Unido, que já se estende por quase sete décadas. Ela também ocupa o posto de chefe-de-Estado de outros 15 países filiados à Comunidade das Nações (Commonwealth) - uma organização política transnacional legada do Império Britânico. Elizabeth II pertence à Casa de Windsor, o ramo britânico da Dinastia de Saxe-Coburgo-Gota, cujas origens remontam à medieval Dinastia de Wessex. Em outras palavras, a monarca pertence a uma linhagem que se mantém no poder há mais de 1200 anos e 37 gerações, desde o reinado de Alfredo, o Grande, iniciado no século IX. Dos ramos dessa linhagem também descendem monarcas que governaram reinos e territórios da Irlanda, Dinamarca, Noruega, Bulgária, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Rússia, França, Espanha, Portugal e até mesmo o ramo brasileiro de Saxe-Coburgo e Bragança, fundado após a união da princesa Leopoldina com o príncipe alemão Luís Augusto.
As casas reais britânicas e suas linhagens foram responsáveis por moldar boa parte do mundo atual, tendo papel fundamental na consolidação do capitalismo e das bases do liberalismo econômico. O Império Britânico foi o maior império da história, controlando quase um quarto de todas as terras do planeta e ocupando por mais de um século o posto de potência hegemônica do mundo. Foi também agente central dos maiores genocídios, atrocidades e crimes contra a humanidade cometidos sob a égide do colonialismo e do imperialismo. Do extermínio dos povos indígenas da América do Norte, passando pela escravização e exploração dos nativos africanos, massacres e genocídios contra os povos asiáticos, crises famélicas deliberadas na Irlanda e na Índia, até chegar ao apoio e financiamento de golpes de Estado, ditaduras, regimes racistas, assassinatos políticos e crimes financeiros cometidos pelo establishment da City de Londres, a lista de crimes do Império Britânico só encontra paralelo no volume de riquezas espoliadas ao longo dos séculos.
Desde o advento da Revolução Gloriosa, quando o absolutista Jaime II foi derrotado e deposto pelo parlamento, o poder dos monarcas britânicos é limitado. Elizabeth II tem atribuições majoritariamente cerimoniais e simbólicas, embora conserve a prerrogativa de instituir e dissolver o parlamento e, em situações específicas, referendar projetos de lei e declarações de guerra, conceder indultos e mediar conflitos políticos. Segue desfrutando, entretanto, da gigantesca riqueza edificada ao longo de séculos de exploração. A família real britânica possui um patrimônio estimado em 360 milhões de libras esterlinas - o equivalente a 2,7 bilhões de reais. Esse valor aumenta anualmente graças às subvenções milionárias pagas pelos contribuintes britânicos para sustentar a vida de luxo dos monarcas e os banquetes, festas e cerimônias organizados em seus mais de 20 palácios e solares reais.
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