A criação do SAMU


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimenta socorristas durante cerimônia de implantação da Rede Nacional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Brasília.

Até abril de 2004, o Brasil não possuía um serviço público de ambulâncias de abrangência nacional. Algumas cidades mantinham serviços locais, não raramente utilizando vans precárias e improvisadas, mas, em geral, o atendimento de emergências dependia do apoio do Corpo de Bombeiros. Em 27 de abril de 2004, Lula assinou decreto presidencial criando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. O SAMU foi a primeira etapa do Plano Nacional de Atenção às Urgências, um conjunto de ações que visavam ampliar e melhorar a capacidade de atendimento emergencial do Sistema Único de Saúde (SUS). A manutenção do SAMU é tripartite: o governo federal arca com 50% do custo e os governos estaduais e municipais dividem o valor restante.

O SAMU mantém centrais telefônicas que podem ser acionadas por qualquer cidadão através do número 192. As demandas informadas aos atendentes são avaliadas por médicos que prestam orientações relativas aos primeiros socorros e determinam o tipo de ambulância que deve ser enviada - unidades de suporte avançado, básico ou veículos simples. Além do transporte terrestre, o SAMU mantém frota de lanchas e helicópteros para socorro aéreo e aquático. Até 2014, a rede já cobria 75% da população brasileira - aproximadamente 156 milhões de pessoas.

Desde 2016, o SAMU tem enfrentando sucessivos cortes orçamentários que reduziram sua capacidade operacional e sucatearam o serviço. Somente na cidade de São Paulo, 31 das 51 bases do SAMU foram fechadas e parte substancial da frota de ambulâncias está sem manutenção. No Rio de Janeiro, os socorristas do SAMU chegaram a ficar três meses sem receber salários. O serviço foi cortado em 30% e o número de ambulâncias foi reduzido de 82 para 42. Em várias cidades de médio porte no interior do Brasil, o serviço já foi suspenso.

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