Vassili Zaitsev

Vassili Zaitsev, capitão do Exército Vermelho, foi um dos maiores franco-atiradores da história e uma figura chave da Batalha de Stalingrado. A ele são creditadas as mortes de 468 soldados e oficiais nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Nessa fotografia tirada em 1943, Zaitsev é retratado com algumas de suas condecorações - a medalha de Herói da União Soviética, a Ordem de Lenin e a Ordem do Estandarte Vermelho.

Zaitsev nasceu em Eliniski, na Rússia, em 23 de março de 1915, em uma família de camponeses. Foi criado na região dos Montes Urais, onde aprendeu o ofício da caça com seu avô e se dedicou ao pastoreio de ovelhas. Após concluir o ensino básico, frequentou a escola técnica de construção de Magnitogorsk, passando a atuar como montador. Posteriormente, graduou-se em contabilidade e ingressou nas Forças Armadas, servindo como escrivão da infantaria da Marinha Soviética em Vladivostok. Cursou a Escola Militar e foi nomeado chefe das finanças da Frota do Pacífico pouco antes de eclodir a Segunda Guerra Mundial.

Com a invasão da União Soviética pela Alemanha nazista durante a Operação Barbarossa, Zaitsev pediu para ser transferido para a linha de frente. Em uma determinada ocasião, Zaitsev conseguiu acertar um soldado alemão que manejava uma metralhadora a mais de 100 metros de distância no campo de batalha. A cena foi testemunhada por um superior, que lhe arrumou um rifle com mira telescópica. Zaitsev destacou-se como franco-atirador, alvejando 40 soldados alemães em pouco mais de uma semana. Foi então designado para a 284ª Divisão de Fuzileiros, parte do 62º Exército, atuando na Batalha de Stalingrado sob o comando do general Vassili Chuikov.

Ao todo, Zaitsev abateu 225 soldados nazistas durante a Batalha de Stalingrado, ganhando status de herói e tornando-se um símbolo da resistência soviética. Tinha como arma favorita o fuzil Mosin-Nagant, com calibre de 7,62 mm. Participou ainda de outras campanhas militares, ampliando para 468 o número de soldados nazistas abatidos, entrando para o rol dos snipers mais letais da história. Em janeiro de 1943, Zaitsev foi atingido por estilhaços durante um ataque aéreo de morteiros, ficando com sua visão comprometida. Retornou a Moscou, onde foi atendido pelo renomado médico Vladimir Filatov, que conseguiu restaurar parcialmente sua visão. Enquanto se recuperava, Zaitsev passou a treinar outros franco-atiradores para o Exército Vermelho. Em 22 de fevereiro de 1943, foi condecorado com o título de Herói da União Soviética. Ele ainda voltaria a atuar na linha de frente durante a Batalha de Seelow. Nesse mesmo ano, filiou-se ao Partido Comunista da União Soviética.

Com a derrota da Alemanha nazista e o fim da Segunda Guerra Mundial, Zaitsev pediu dispensa do Exército Vermelho e se estabeleceu em Kiev, na Ucrânia, onde se graduou como engenheiro e passou a trabalhar em uma fábrica. Publicou uma autobiografia intitulada "Pensamentos de um Sniper". Viveu em Kiev até sua morte, em 15 de dezembro de 1991, aos 76 anos de idade - onze dias antes da dissolução da União Soviética.

A participação de Zaitsev na Segunda Guerra Mundial foi retratada de forma distorcida no filme estadunidense "Círculo de Fogo", de Jean-Jacques Annaud. A obra é imbuída de um discurso fortemente anticomunista e recheada de imprecisões históricas, vilanizando os líderes soviéticos e retratando o Exército Vermelho como um agrupamento militar sucateado, amador e desprovido de senso humanitário. O filme foi muito criticado pelos espectadores dos países da antiga União Soviética e pela família de Zaitsev.

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