Antes de se tornar líder máximo do ideário nazista, Adolf Hitler foi um artista frustrado. A Academia de Belas Artes de Viena recusou sua matrícula e as galerias austríacas e alemãs também não se interessaram em comercializar suas obras. Após assumir o poder na Alemanha, Hitler tentou impor sua concepção estética e depurar a arte europeia daquilo que via como "degeneração artística moderna".
Hitler também ordenou que seus soldados saqueassem museus, galerias e coleções privadas para formar um acervo artístico que estivesse à altura das pretensões supremacistas do nazismo. Muitas obras também foram destruídas por bombardeios e incêndios ao longo da Segunda Guerra Mundial. Como resultado, as décadas de 1930 e 1940 foram marcadas pelo desaparecimento de grande parte do patrimônio artístico europeu. Estima-se que os nazistas tenham saqueado ou destruído 20% de todo o acervo artístico conservado nos museus do continente. Conheça 10 obras de arte destruídas pelo nazismo.
"Cabeça de fauno", de Michelangelo (1489).
Executada por Michelangelo quando ele tinha apenas treze anos, essa obra é considerada a primeira escultura em mármore conhecida do mestre italiano e a obra responsável por lhe garantir o patronato do poderoso líder florentino Lourenço de Médici. A obra estava no Museu do Bargello, em Florença, quando foi saqueada por tropas nazistas em 1944. Permanece desaparecida até os dias de hoje.
"Retrato de um jovem", de Rafael Sanzio (1513-1514).
A obra é provavelmente um auto-retrato do mestre do renascimento italiano e também é considerada a mais valiosa das obras desaparecidas durante a Segunda Guerra Mundial. Assim como "Dama com Arminho" de Leonardo da Vinci, o quadro foi roubado do Museu Czartoryski, em Cracóvia, após a invasão da Polônia pelos nazistas. A obra de Leonardo foi posteriormente localizada e devolvida, mas o retrato de Rafael jamais foi encontrado.
"João Frederico I, Eleitor da Saxônia", de Lucas Cranach, o Velho (século XVI)
Esse retrato do líder da Liga da Esmalcada é um dos mais importantes retratos do mestre do maneirismo alemão Lucas Cranach. A obra pertencia à coleção particular de Friedrich Gutmann, um cristão de ascendência judaica que foi assassinado no campo de concentração de Theresienstadt. A obra nunca mais foi vista.
"Retrato de uma cortesã", de Caravaggio (c. 1597).
A modelo da pintura costuma ser identificada como Caterina Campi, esposa de Onorio Longhi, amigo do pintor. Ela também aparece em outras obras do mestre italiano, como "Santa Catarina" e "Judite decapitando Holofernes". A obra foi destruída por um bombardeio em 1945.
"São Mateus e o anjo", de Caravaggio (1602).
Obra-prima do mestre do barroco italiano, essa pintura fora originalmente encomendada para decorar a Igreja de São Luís dos Franceses, em Roma. Destruída por um bombardeio em 1945.
"Os quebradores de pedra", de Gustave Courbet (1849).
Obra-prima de Courbet, esse quadro é altamente representativo da poética do mestre do realismo francês, famoso por suas representações de trabalhadores do campo. Foi destruída por um bombardeio em 1945.
"Cinco Bailarinas", de Edgar Degas (fim do século XIX).
A obra pertencia à coleção de arte do Barão Herzog. De origem judaica, a família Herzog foi enviada para campos de concentração e seus bens foram confiscados pelo governo húngaro, aliado dos nazistas. Desde então, a obra desapareceu. Não se sabe se foi destruída ou se continua escondida até hoje.
"Pintor a caminho do trabalho", de Van Gogh (1888).
A obra é geralmente descrita como um auto-retrato de Van Gogh, mostrando o isolamento e solidão do pintor durante sua estadia em Provença. Foi destruída em um bombardeio em maio de 1945.
"Filosofia", de Gustav Klimt (1899-1907)
A obra originalmente decorava o Grande Salão da Universidade de Viena, sendo posteriormente levada para o Castelo Schloss Immendorf, junto com outras 13 pinturas de Klimt. As obras foram destruídas quando os nazistas demoliram o castelo.
"En Canot", de Jean Metzinger (1913).
Considerada uma das obras-primas do cubismo, a tela foi confiscada pelos nazistas em 1936 e exposta na mostra "Arte Degenerada", em Munique. Subsequentemente, foi destruída pelos nazistas.
Comentários
Postar um comentário