Tesouros do Museu Nacional: os afrescos romanos do Templo de Ísis
Par de afrescos romanos provenientes do Templo de Ísis, em Pompeia, datados do século I d.C. Os afrescos foram realizados pouco tempo antes da erupção do vulcão Vesúvio, que destruiu completamente as cidades de Pompeia e Herculano. As obras originalmente decoravam as paredes inferiores da Sala dos Devotos da deusa Ísis e representavam temas marítimos, com figuras de um cavalo e dragão marinhos com corpos serpentiformes, ambos ladeados por dois golfinhos.
Os afrescos foram escavados no século XIX a mando de Fernando II, Rei das Duas Sicílias e irmão da imperatriz brasileira Teresa Cristina. Fernando II havia ordenado a retomada das escavações de Herculano e Pompeia, recuperando centenas de artefatos arqueológicos do Império Romano. Entusiasta da arqueologia clássica, Teresa Cristina solicitou ao irmão o envio de algumas antiguidades para o Brasil, objetivando constituir futuramente um museu greco-romano. Assim, em meados do século XIX, os afrescos foram remetidos para o Rio de Janeiro. Com a queda da monarquia em 1889, a coleção greco-romana da imperatriz Teresa Cristina foi desapropriada e incorporada ao acervo do Museu Nacional.
No dia 2 de setembro de 2018, as duas obras foram destruídas durante o incêndio do Museu Nacional, junto com a grande maioria das 750 peças de arqueologia greco-romana da instituição - até então o maior acervo greco-romano da América Latina. Eram as únicas peças em sua tipologia conservadas no Brasil e estavam entre os exemplares de pintura mural romana mais preciosos das Américas.

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