A Resistência Francesa


Partisans da Resistência Francesa protegidos por uma barricada na Rue de la Huchette, durante a libertação de Paris. França, agosto de 1944.

A Resistência Francesa era um movimento antifascista armado composto por civis e forças paramilitares francesas e estrangeiras que lutaram contra a ocupação nazista da França e o regime colaboracionista de Vichy. Seus membros — denominados partisans ou maquis — se organizavam em células autônomas e praticavam ações de enfrentamento aberto, guerrilha, sabotagem, espionagem e contrainteligência, além de editarem e distribuírem material antifascista clandestino. A atuação dos partisans se concentrou entre junho de 1940 e outubro de 1944 e teve grande importância para consolidar a libertação da França, auxiliando as investidas das tropas aliadas e sabotando as rotas de abastecimento das forças nazistas.

Após a Queda da França em junho de 1940, o país foi dividido em duas grandes regiões. A parte norte foi militarmente ocupada pelos alemães, enquanto que ao sul instaurou-se o regime chamado "França de Vichy", um Estado colaboracionista criado pelos nazistas e cujo controle foi entregue ao Marechal Henri Pétain, simpatizante do ideário hitlerista. As milícias armadas da Resistência Francesa concentraram-se sobretudo no norte da França, enquanto no Sul, onde a sociedade estava muito dividida e registrava-se considerável apoio popular ao regime fascista de Pétain, o movimento priorizou ações de propaganda, espionagem e sabotagem da rede elétrica, infraestrutura de transportes e rede de comunicações.

Malgrado o início caótico e desorganizado, os combatentes lograram um bom nível de planejamento a partir da unificação dos movimentos em meados de 1941, passando a efetuar missões bem sucedidas de ataques contra guarnições inimigas e assassinatos de oficiais nazistas. As ações tornaram-se mais volumosas e efetivas à medida em que se operou a integração gradual aos órgãos de inteligência das potências aliadas.

A Resistência Francesa congregava grupos de tendências políticas diversas, com participação predominante de comunistas, socialistas e sociais-democratas e agrupamentos menores de anarquistas, democratas-cristãos e liberais. Havia significativa participação feminina entre os partisans e numerosos núcleos de estudantes, operários urbanos e profissionais liberais. O movimento também se caracterizou pela grande presença de estrangeiros, sobretudo judeus e partisans comunistas oriundos do Leste Europeu, militantes das Brigadas Internacionais e combatentes republicanos da Guerra Civil Espanhola. Em seu ápice, a Resistência Francesa chegou a mobilizar 400 mil civis. Estima-se que 50 mil combatentes foram mortos no conflito.

Após o desembarque das tropas aliadas na Normandia e na Provença, os membros da Resistência foram organizados em uma hierarquia mais formal de unidades operacionais denominadas Forças Francesas do Interior (FFI). Entre as ações atribuídas à Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial destaca-se a colaboração para a libertação de Paris, em agosto de 1944, quando os partisans se juntaram à sublevação popular e às tropas aliadas para expulsar os nazistas da capital francesa. Os partisans também contribuíram para a retomada de parte considerável dos territórios no sudoeste, centro e sudeste da França. 

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