Fred Hampton


Fred Hampton (1948-1969), ativista e revolucionário socialista afro-americano, líder e mártir dos Panteras Negras.

Nascido em 30 de agosto de 1948 em Summit, estado de Illinois, Fred Hampton cresceu nos subúrbios de Chicago. Ainda jovem, ingressou na Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), onde assumiu a direção da seção juvenil e se envolveu com o ativismo social. Em 1968, filiou-se ao Partido dos Panteras Negras (BPP) e dedicou-se ao estudo do socialismo e do maoísmo. No ano seguinte, pacificou Chicago mediando pacto de não agressão entre as gangues de rua e liderou a criação da Coalizão Arco-Íris (Rainbow Coalition), uma organização política multicultural e multiétnica que incluía agremiações de negros, brancos e latinos, tais como os Panteras Negas, os Jovens Patriotas e os Jovens Lordes.

A coalizão de movimentos sociais cresceria exponencialmente, agregando estudantes, movimentos indígenas, latinos e de descendentes de asiáticos, como os Estudantes por uma Sociedade Democrática, os Boinas Cafés, o Partido da Guarda Vermelha e o Movimento Indígena Americano. O crescimento da organização aumentou sua visibilidade e Fred Hampton tornou-se presidente da seção de Illinois do Partido dos Panteras Negras e vice-presidente da legenda em nível nacional.

Incomodado com a expansão da coalização e determinado a impedir a formação de um movimento negro coeso nos Estados Unidos, J. Edgar Hoover, chefe do FBI, ordenou que Hampton passasse a ser vigiado pelas forças de segurança. O ativista foi preso duas vezes em 1968, ao participar de marchas pacíficas, acusado de incitar a desordem. Hoover também conseguiu infiltrar William O'Neal, um agente federal de contraespionagem, na cúpula dos Panteras Negras. O'Neal tornou-se coordenador de segurança do partido e guarda-costas pessoal de Hampton, responsável por fornecer evidências para que Hoover sustentasse sua alegação de que os Panteras Negras eram "uma organização propensa à violência que visava derrubar o governo americano por meios revolucionários".

Hampton estava prestes a obter uma fusão entre os Panteras Negras e uma agremiação popular de Chicago com milhares de membros, o que dobraria o número de filiados do partido, quando foi assassinado a tiros em uma operação policial. Ele foi alvejado na madrugada do dia 4 de dezembro de 1969, quando a sede dos Panteras Negras foi invadida durante uma batida conduzida por uma unidade tática da Procuradoria do Estado do Condado de Cook, em conjunto com o Departamento de Polícia de Chicago e com o FBI. Mark Clark, outro membro dos Panteras Negras, também foi assassinado durante a ação.

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