"O atentado contra Lenin", de Piotr Belousov
"O atentado contra Lenin", pintura de Piotr Belousov.
No dia 30 de agosto de 1918, Vladimir Lenin, líder bolchevique da Revolução de Outubro, saía de uma reunião na Metalúrgica Foice e Martelo em Moscou quando uma mulher desconhecida se aproximou e gritou pelo seu nome. Quando Lenin se virou para fitá-la, a mulher sacou um revólver e disparou três vezes contra o revolucionário. Uma bala atravessou o casaco de Lenin, mas as outras duas o atingiram - a primeira perfurando parte de seu pulmão e parando perto de sua clavícula e a segunda atingindo seu ombro esquerdo.
A mulher era Fanny Kaplan, uma jovem ucraniana de 28 anos. Em sua adolescência, Fanny havia se juntado a um grupo anarquista de Kiev e recebera a tarefa de assassinar o prefeito da cidade em um atentado a bomba. A tentativa de assassinato falhou, pois a bomba detonou enquanto Fanny armava o dispositivo. A explosão a feriu, deixando-a quase cega. Fanny foi presa pela polícia czarista e enviada para uma cadeia para cumprir uma sentença de prisão perpétua na Sibéria. Após a eclosão da Revolução de 1917 e a queda do czar Nicolau II, os bolcheviques libertaram Fanny como parte do programa de anistia política do governo revolucionário.
Após sua libertação, Fanny se envolveu com o Partido Socialista Revolucionário, legenda que agregava socialistas mencheviques, anarquistas e outros revolucionários dissidentes que disputavam o poder com os bolcheviques após a queda do regime czarista. Em julho de 1918, membros do Partido Socialista Revolucionário já haviam tentado organizar um levante para destituir o governo bolchevique, sem sucesso. Fanny foi então incumbida da tarefa de assassinar Lenin, principal líder da revolução.
Apesar da gravidade dos ferimentos, Lenin sobreviveu. Era o segundo atentado contra sua vida em menos de sete meses. Fanny foi detida pelos populares e levada sob custódia pela Tcheka, a polícia secreta do governo bolchevique. Durante o interrogatório, Fanny se recusou a delatar seus comparsas, limitando-se a dizer que havia planejado matar Lenin há muito tempo por considerá-lo "um traidor da revolução". Fanny foi executada em 3 de setembro de 1918.
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