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Mostrando postagens de junho, 2021

Ligas Camponesas

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  Membros das Ligas Camponesas fazem uma manifestação em prol da reforma agrária, carregando instrumentos de trabalho e estandartes com as figuras de Fidel Castro e Joseph Stalin. Vitória de Santo Antão, Pernambuco, setembro de 1960. As Ligas Camponesas eram organizações de trabalhadores rurais criadas pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) a partir de 1945, com o objetivo de lutar pela reforma agrária, reivindicar melhores condições de vida no campo e estimular a população a identificar os seus interesses de classe. As ligas funcionavam como células autônomas estabelecidas em vários municípios do país, agregando trabalhadores rurais de todo tipo, de pequenos agricultores a sem-terras. Em 1947, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, marcado pela submissão da política externa brasileira aos interesses dos Estados Unidos, o registro do PCB foi cancelado, os parlamentares comunistas tiveram seus mandatos cassados e as Ligas Camponesas, que já sofriam com a repressão governamental, for

João Doria (I)

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João Doria, governador do estado de São Paulo, fantasiado de gari durante uma ação de marketing da sua gestão. Na imagem maior, a Mansão Dória, residência do governador localizada no bairro nobre dos Jardins, na Zona Oeste de São Paulo. Avaliada em 50 milhões de reais, a residência de João Dória é uma das maiores mansões do Brasil, com 3.304 metros quadrados de área construída. A residência possui piscinas aquecidas, um campo de futebol, quadras de tênis e ambientes internos decorados com painéis pintados por Di Cavalcanti. O governador mantém outra mansão suntuosa na cidade de Campos do Jordão, no interior paulista. Trata-se da "Villa Doria", uma residência localizada em um lote de 16.000 metros quadrados, avaliada em 20 milhões de reais. A Villa Doria é equipada com um heliponto, para que governador possa aterrissar sua aeronave particular - um helicóptero Bell 429, com capacidade para sete passageiros. O salário médio de um gari em São Paulo é de R$ 1.143,48. Para poder co

Silvio Santos

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O empresário Silvio Santos participa de uma reunião com o ditador João Figueiredo, último presidente do regime militar, em 1981. Foi durante essa reunião que o empresário ganhou dos militares a concessão de parte dos canais da extinta TV Tupi, embrião do SBT. Nascido no Rio de Janeiro em 1930, Silvio Santos é primogênito de um casal de imigrantes judeus sefarditas oriundos do Império Otomano. Seu nome de batismo é Senor Abravanel. Considerado um dos mais antigos e aristocráticos clãs judeus, a família Abravanel já constava como uma das famílias mais importantes da Península Ibérica desde a Baixa Idade Média. O mais famoso patriarca da família, Isaac Abravanel, afirmava que o clã descendia do Rei Davi, o monarca bíblico que teria governado Jerusalém um milênio antes da Era Cristã. Estadista e financista, Isaac prestou serviços à coroa portuguesa e ajudou a financiar as Grandes Navegações e, consequentemente, a colonização das Américas. Após a promulgação do Decreto de Alhambra, os Abrav

"Cidade de Deus", de Fernando Meirelles

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"Os arqui-milionários que bancaram esse filme nem conhecem a Cidade de Deus, talvez não conheçam nunca, mas vão ganhar prêmios pra c.... O que eu lamento é que a Cidade de Deus talvez fique com um único prêmio: o de ser a favela mais violenta do mundo. Isso vai dificultar bastante a socialização das pessoas junto ao asfalto, vai criar dificuldades para que as pessoas consigam empregos... Vai ser quase impossível dissociar o nome "Cidade de Deus" da realidade que está sendo retratada no filme. A minha comunidade está fodida com tudo isso aí." MV Bill. Fontes:  "Rapper da Cidade de Deus diz que filme prejudica moradores; ouça áudio". Reportagem da Folha de S. Paulo:  https://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u26890.shtml Íntegra do texto de MV Bill contra o filme "Cidade de Deus". Reportagem da revista Época:  http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG55184-6011,00-INTEGRA+DO+TEXTO+DE+MV+BILL+CONTRA+O+FILME+CIDADE+DE+DEUS.html

Maiores mansões de São Paulo

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Em 2004, o fotógrafo Tuca Vieira publicou uma imagem da cidade de São Paulo que se tornaria um dos mais famosos registros iconográficos da desigualdade econômica no capitalismo periférico. A fotografia mostrava o contraste entre um horizonte tomado por barracos da Favela de Paraisópolis contrapostos às sacadas com piscinas privativas de um condomínio de luxo do Morumbi. Sete anos mais tarde, o censo demográfico do IBGE registraria um dado que ajudaria a quantificar a disparidade social expressa naquela imagem: a cidade de São Paulo tinha mais imóveis abandonados do que pessoas precisando de lugar para morar. A operação censitária de 2010 registrou a existência de 293 mil imóveis vazios na capital paulista, ao passo que um estudo da Secretaria Municipal da Habitação da Prefeitura de São Paulo, publicado no mesmo ano, apontava que 150 mil famílias não tinham onde morar, ou viviam em habitações muito precárias. A existência de moradores de rua é, portanto, uma opção dos que detêm o poder

Lily Safra

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Vista da Villa Leopolda, residência da socialite brasileira Lily Safra. Localizada na Riviera Francesa, a mansão ocupa uma colina de Villefranche-sur-Mer, um dos mais luxuosos balneários europeus, localizado entre Nice e Mônaco. A Villa Leopolda é considerada a segunda residência mais cara do mundo, avaliada em 500 milhões de euros (cerca de 3 bilhões de reais). A mansão já teve proprietários famosos, nomeadamente Gianni Agnelli, dono da Fiat, e o rei da Bélgica, Leopoldo II, o infame carniceiro que conduziu um genocídio de mais de 10 milhões de pessoas no Congo. Palco de festas suntuosas frequentadas por personalidades como Frank Sinatra e Ronald Reagan, a mansão ocupa uma área de 80.000 metros quadrados e tem um vasto jardim com mais de 1.200 oliveiras. Lily Safra nasceu em Canoas, no Rio Grande do Sul, filha do engenheiro ferroviário tcheco Wolf Watkins e de Anitta Noudelman, imigrante uruguaia de origem russo-judaica. Frequentou o Colégio Anglo-Americano e conheceu seu primeiro mar

O Palácio de Inverno e o Museu Hermitage

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Revolucionários ocupam o Palácio de Inverno após a queda do czar Nicolau II. São Petersburgo, Rússia, 2 de outubro de 1917. O Palácio de Inverno serviu como residência imperial dos czares russos de 1732 até 1917. O último monarca a residir no palácio foi Nicolau II, deposto em março de 1917, após a eclosão da Revolução Russa. O edifício passou então a abrigar o Governo Provisório Russo, a princípio liderado por Georgy Lvov e depois por Alexander Kerensky. O assalto ao Palácio de Inverno após a Insurreição Bolchevique foi o marco oficial da Revolução de Outubro e o início da implementação do primeiro governo socialista da história - a Rússia Soviética. O novo governo revolucionário decretou a nacionalização de todos os palácios imperiais - incluindo o Palácio de Inverno - e criou um Comitê de Arte e História para inventariar o patrimônio histórico e artístico existente nas propriedades czaristas. Ainda em novembro de 1917, o dramaturgo Anatóli Lunatcharski, nomeado Comissário do Povo pa

Massacre de Eldorado do Carajás

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Integrantes do MST velam os corpos dos dezenove sem-terra mortos pela polícia durante o Massacre de Eldorado do Carajás. Pará, abril de 1996. Fotografia de Sebastião Salgado. Em 1996, um grupo de 1500 camponeses ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou a Fazenda Macaxeira, um latifúndio improdutivo localizado em Curionópolis, no Pará. Diante da negativa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em desapropriar a fazenda, os sem-terra decidiram organizar uma marcha até Belém, para pressionar o governo estadual a tomar ações. Após sete dias marchando, os sem-terra resolveram acampar à beira da Rodovia PA-150, em um trecho conhecido como "Curva do S", no município paraense de Eldorado do Carajás, à espera de alimentos e transporte para completar os 600 quilômetros que restavam da jornada. Alegando a necessidade de "desobstruir a rodovia", o governador do Pará, Almir Gabriel (PSDB), seu secretário de segurança, Paulo Sett

Joseph Safra

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O palacete do banqueiro Joseph Safra no bairro do Morumbi, em São Paulo. Erguida em estilo eclético, com detalhes inspirados na arquitetura do Palácio de Versalhes, a mansão tem 130 cômodos distribuídos por cinco andares e uma infraestrutura completa que inclui heliponto, nove elevadores, entrada de energia capaz de abastecer uma cidade de 2.000 habitantes e até uma piscina subterrânea. A área construída da mansão é de 11.000 metros quadrados - quase o dobro do tamanho do Museu do Ipiranga. A residência figura como uma das propriedades mais caras do mundo. Apesar disso, a mansão quase não era utilizada, já que Joseph Safra passou as últimas décadas vivendo em uma de suas propriedades na Suíça. Falecido em dezembro de 2020 aos 82 anos, Joseph Safra era o homem mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em 120 bilhões de reais. Era também o banqueiro mais rico do mundo. O Banco Safra é o 4º maior banco privado do país, com ativos superiores a 230 bilhões de reais. Em 2019, o lucro líq

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

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Trabalhadores rurais protestam contra o massacre de integrantes do MST em Eldorado dos Carajás, Pará, abril de 1996. Fotografia de Sebastião Salgado. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é o maior movimento social do Brasil. Foi fundado em janeiro de 1984 com o objetivo de lutar pela reforma agrária popular, combater a concentração fundiária e pleitear mudanças sociais e condições de vida digna para todos. O MST atua em 25 estados do Brasil e congrega mais de 1,5 milhão de integrantes. O movimento já assentou mais de 350.000 famílias e mantém outras 80.000 famílias em acampamentos. A estratégia de luta pela reforma agrária do MST inclui a ocupação de terras improdutivas - latifúndios que não são utilizadas nem pra moradia, nem pra plantio, descumprindo a determinação constitucional da função social da terra e a legislação do Estatuto da Terra. A atuação do movimento, entretanto, é muito mais abrangente. O MST é um dos maiores produtores de alimentos do país, administran

"Guerrilheiro Heróico", de Alberto Korda

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Intitulado "Guerrilheiro Heróico", esse retrato de Che Guevara aos 31 anos de idade é a fotografia mais famosa da história. Foi tirada pelo fotógrafo cubano Alberto Korda em Havana, no dia 5 de março de 1960, mas só foi publicada internacionalmente sete anos mais tarde. A fotografia foi feita durante uma solenidade em memória das mais de 100 vítimas da explosão do cargueiro francês La Coubre. A embarcação havia partido da Bélgica com destino a Havana levando um carregamento de 76 toneladas de armamentos e munições. Às 15h10 do dia 4 de março de 1960, durante o descarregamento no cais de Havana, o cargueiro explodiu. Uma segunda explosão ainda mais violenta ocorreu meia hora depois. No momento da explosão, Che Guevara, que era médico formado, participava de uma reunião na sede do Instituto Nacional de Reforma Agrária. Após ser notificado do ocorrido, dirigiu-se até o cais e passou a prestar atendimento médico aos tripulantes e estivadores feridos. Fidel Castro atribuiu a explo

Lloyd Austin

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, nomeou hoje o general Lloyd Austin para o cargo de secretário de Defesa. Se a indicação for aprovada pelo Senado, Austin se tornará o primeiro afro-americano a comandar o Pentágono e a maior força militar do mundo. A exemplo do que já ocorrera anteriormente, quando Biden nomeou a veterana transgênero Shawn Skelly para participar da equipe de transição do Departamento de Defesa, a nomeação de Lloyd Austin tem sido efusivamente celebrada pela esquerda liberal como um passo histórico para a superação do racismo e da desigualdade. É também mais um ótimo exemplo de como os liberais estadunidenses aprenderam a manipular as causas identitárias para interditar críticas e revestir com ares de progressismo os aspectos mais perversos do imperialismo. Formado pela Academia Militar dos Estados Unidos em 1975, Lloyd Austin integrou o corpo de assessores do Departamento de Defesa, ajudando a organizar a invasão do Iraque em março de 2003, durante o g

"O atentado contra Lenin", de Piotr Belousov

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"O atentado contra Lenin", pintura de Piotr Belousov. No dia 30 de agosto de 1918, Vladimir Lenin, líder bolchevique da Revolução de Outubro, saía de uma reunião na Metalúrgica Foice e Martelo em Moscou quando uma mulher desconhecida se aproximou e gritou pelo seu nome. Quando Lenin se virou para fitá-la, a mulher sacou um revólver e disparou três vezes contra o revolucionário. Uma bala atravessou o casaco de Lenin, mas as outras duas o atingiram - a primeira perfurando parte de seu pulmão e parando perto de sua clavícula e a segunda atingindo seu ombro esquerdo. A mulher era Fanny Kaplan, uma jovem ucraniana de 28 anos. Em sua adolescência, Fanny havia se juntado a um grupo anarquista de Kiev e recebera a tarefa de assassinar o prefeito da cidade em um atentado a bomba. A tentativa de assassinato falhou, pois a bomba detonou enquanto Fanny armava o dispositivo. A explosão a feriu, deixando-a quase cega. Fanny foi presa pela polícia czarista e enviada para uma cadeia para cum

Warren Buffett

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Warren Buffett, bilionário estadunidense e diretor executivo da Berkshire Hathaway, é o quarto homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em 88 bilhões de dólares (aproximadamente 450 bilhões de reais). Buffet ultrapassou Bill Gates como homem mais rico do mundo em 2008 e tem se mantido junto às primeiras posições no ranking dos bilionários da Forbes ao longo da última década. A frase em destaque foi dita por Warren Buffett durante uma entrevista com o jornalista Ben Stein. Em referência a uma declaração pública onde Buffett afirmara achar injusto que os pobres e a classe média pagassem mais impostos do que os ricos, Stein perguntou se Buffett não tinha medo de transformar a discussão tributária em uma "guerra de classes". Buffett então retrucou dizendo que a guerra de classes já existia, que havia sido iniciada pelos ricos e que os ricos são os que estão ganhando. Fonte:  "In Class Warfare, Guess Which Class Is Winning" - artigo no The New York Times

Osório César

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Poucos tratamentos médicos evoluíram tanto ao longo do século XX quanto as terapias psiquiátricas. Durante muito tempo, ignorância, preconceito, estigma e controle social influenciaram a abordagem clínica das psicopatologias, resultando na normalização de práticas médicas que não divergiam muito da tortura e do sadismo gratuito. Internação compulsória em sanatórios imundos, lobotomia, terapia de choque e outros métodos desumanos eram comuns até o passado recente. No Brasil, o comunista paraibano Osório César foi o pioneiro na adoção de práticas humanizadas de tratamento psiquiátrico. Osório César nasceu na cidade de Parahyba (atual João Pessoa) em 17 de novembro de 1895. Após se graduar em odontologia em São Paulo, cursou medicina no Rio de Janeiro, especializando-se como anatomopatologista e psiquiatra. Viajou em seguida para a Europa, onde trabalhou no Hospital da Salpêtrière ao lado de Henri Piéron e outros discípulos de Carl Gustav Jung, o fundador da psicologia analítica. Seus art

Olga Benário (II)

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Ilustração feita pelo artista plástico Honório Peçanha para a campanha internacional em prol da libertação de Olga Benário e sua filha, extraditadas para a Alemanha Nazista durante o governo Vargas. No texto em francês, lê-se: "Olga Benário Prestes. Esposa do heroico defensor do povo brasileiro [Luís Carlos Prestes], extraditada do Brasil para a Alemanha hitlerista, detida em Berlim com sua filha recém-nascida em uma prisão da Gestapo. Exija a sua libertação". Reproduzimos abaixo a carta de despedida de Olga Benário, escrita na véspera de sua execução na câmara de gás do campo de extermínio de Bernburg, em 23 de abril de 1942: "Queridos: Amanhã vou precisar de toda a minha força e de toda a minha vontade. Por isso, não posso pensar nas coisas que me torturam o coração, que são mais caras que a minha própria vida. E por isso me despeço de vocês agora. É totalmente impossível para mim imaginar, filha querida, que não voltarei a ver-te, que nunca mais voltarei a estreitar-t

Campanha Prestes

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Manifestantes estadunidenses protestam em favor da libertação de Luís Carlos Prestes e Olga Benário durante a Campanha Prestes. Nova York, 1937. Os cartazes trazem frases como "Libertem Prestes", "Wall Street explora o povo brasileiro" e "Vargas aliou-se a Hitler contra o povo brasileiro". Após debelar o Levante Comunista de 1935, o governo de Getúlio Vargas empreendeu uma brutal repressão aos quadros do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e aos membros da Internacional Comunista (IC) ativos no Brasil. A polícia política de Vargas, chefiada por Filinto Müller, chefiou as operações que visavam capturar os revolucionários, sendo responsável por torturar e assassinar vários militantes. Arthur e Elise Ewert, filiados à IC, foram barbaramente seviciados, a ponto de Arthur perder a sanidade no processo, e acabaram fornecendo informações que permitiram que os líderes do levante, Luís Carlos Prestes e Olga Benário, fossem localizados. O casal foi detido em março de

Comuna de Manaus

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A Comuna de Manaus: tropas federais lideradas pelo general Mena Barreto desembarcam no Amazonas para debelar a rebelião tenentista, em 1924. Terceira sublevação do movimento, precedida pela Revolta do Forte de Copacabana e pela Revolta Paulista de 1924, a Comuna de Manaus foi o único levante tenentista que logrou a instalação de um governo revolucionário. A rebelião deriva do contexto de agitação política, conflitos sociais e crise econômica que marcaram a década de vinte no Brasil. Muito dependente da exportação de commodities, a economia amazonense entrou em colapso após a queda do preço da borracha no mercado internacional e a diminuição da demanda pelo produto após o fim da Primeira Guerra Mundial. A decadência econômica jogou boa parte da população amazonense na miséria, ao passo que motivou uma violenta luta entre as oligarquias locais pelo controle da máquina do Estado. Em 1921, César do Rego Monteiro, que havia perdido as conturbadas eleições de 1920, foi empossado como governa

Revolta Paulista de 1924

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Uma vila operária no bairro paulistano do Brás, bombardeado pelas Forças Armadas em represália ao apoio popular dado aos combatentes tenentistas durante a Revolta Paulista de 1924. A Revolta Paulista de 1924 foi o segundo levante tenentista, deflagrado dois anos após a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. Os levantes tenentistas surgiram como uma reação à crise econômica e política da década de vinte no Brasil. Desde o fim da Primeira Guerra Mundial, o país atravessava uma crise fiscal causada pela queda das exportações de commodities, acompanhada por forte agitação política. Havia uma insatisfação generalizada com a "política do café com leite", em que as elites oligárquicas de São Paulo e Minas Gerais, representadas pelo Partido Republicano, se revezavam no poder e instrumentalizavam a máquina do Estado em favor da proteção econômica dos seus interesses. A insatisfação entre os militares de média e baixa patente levou ao surgimento do movimento tenentista, que defendia re