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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Pogroms de Lviv

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Cena dos pogroms de Lviv: Uma mulher judia, despida à força, tenta fugir de um grupo jovens que a perseguem com pedaços de pau. Lviv, Ucrânia, 1º de julho de 1941. Os pogroms de Lviv foram uma série de massacres cometidos contra a comunidade judaica da cidade de Lviv, após a ocupação da Ucrânia pelas tropas da Alemanha Nazista. A invasão alemã foi celebrada por vários grupos de nacionalistas ucranianos, notabilizados pela sua colaboração com o regime nazista - sobretudo pelas milícias agrupadas em torno da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), sob a liderança de Stepan Bandera. Embora os Einsatzgruppen (esquadrões da morte nazistas subordinados à SS) tenham participado dos ataques, foram os próprios nacionalistas ucranianos que perpetraram a maioria dos massacres. Turbas de populares também participaram ativamente dos linchamentos, influenciados por uma teoria da conspiração que asseverava que os judeus haviam inventado o comunismo para destruir a civilização, as tradições fa

Massacre de Soweto

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Mbuyisa Makhubo e Antoinette Sithole carregam o corpo do menino Hector Pieterson, de doze anos, morto durante o Massacre de Soweto. A chacina teve início em 16 de junho de 1976, perpetrada pela polícia sul-africana, como represália a um protesto estudantil, deixando 566 mortos — quase todos crianças e adolescentes. Desde 1948, o governo da minoria branca havia estabelecido na África do Sul o regime do apartheid, institucionalizando a segregação racial e o ideário da supremacia branca — relegando a maioria negra à condição de cidadãos de segunda classe, destituídos de direitos políticos e civis e sujeitos a abusos constantes. A resistência negra se consolidou em torno de organizações como o Congresso Nacional Africano e líderes como Nelson Mandela, mas a severa repressão do regime sul-africano nos anos sessenta levaria à desarticulação da maioria dos grupos, seguida pelo recrudescimento da legislação segregacionista — visível no fortalecimento da política dos bantustões (territórios sep

Massacre de Sharpeville

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Corpos dos manifestantes sul-africanos estirados no chão após a brutal repressão policial conhecida como Massacre de Sharpeville, ocorrido há 61 anos, em 21 de março de 1960, na África do Sul. O massacre foi uma das chacinas mais violentas cometidas contra os militantes anti-apartheid, matando 69 pessoas e ferindo outras 180. Desde o século XVIII, os governantes da minoria branca sul-africana promulgavam medidas para restringir o fluxo dos sul-africanos negros nas cidades do país. Esse processo se intensificou após 1948, quando o Partido Nacional instituiu oficialmente a política do apartheid - violento regime de segregação racial que vigorou por quase cinco décadas, relegando a maioria negra do país à condição de cidadãos de segunda classe. Uma das principais ferramentas de controle social utilizadas pelo apartheid era a Lei do Passe, que obrigava os sul-africanos negros a usarem uma caderneta onde se registravam os locais que estavam autorizados a frequentar. A caderneta limitava a m

Massacre de My Lai

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Mulheres e crianças vietnamitas assassinadas por soldados estadunidenses durante o Massacre de My Lai, ocorrido há 53 anos, em 16 de março de 1968. Fotografia de Ronald Haeberle. "A ordem era pra matar tudo que se mexesse". Foram essas palavras usadas por um soldado estadunidense para justificar suas ações durante uma das atrocidades mais nefastas registradas durante a Guerra do Vietnã. Em 16 de março de 1968, um pelotão com 120 soldados alocados na Companhia Charlie, unidade da 23ª Divisão de Infantaria do Exército dos Estados Unidos, invadiu o vilarejo de My Lai, no Vietnã do Sul, para averiguar a informação de que os civis estariam escondendo guerrilheiros comunistas. Os soldados não encontraram nenhum guerrilheiro no local, mas isso não impediu que descarregassem todo o seu ódio sobre os moradores do vilarejo. O massacre durou quatro horas e resultou na morte de 504 civis desarmados - a imensa maioria idosos, mulheres e crianças, incluindo bebês de colo. Os militares esta