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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

Huey Newton

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Huey Newton, revolucionário estadunidense, cofundador e líder dos Panteras Negras, fotografado por Blair Stapp em 1968. Huey Percy Newton nasceu em 17 de fevereiro de 1942 em Monroe, na Luisiana, uma cidade marcada por um longo histórico de linchamentos e violência contra negros. Mudou-se com sua família para Oakland, na Califórnia, onde concluiu o estudo básico em uma escola pública. Ingressou no curso de direito da Universidade da Califórnia e, posteriormente, transferiu-se para o Merritt College, onde se envolveu com o ativismo político e com o movimento dos direitos civis. Filiou-se à Associação Afro-Americana (AAA) e liderou uma campanha pela introdução do primeiro curso de história afro-americana no currículo do Merritt College. Durante a graduação, estudou sobre Karl Marx, Lenin, Frantz Fanon, Mao Tsé-Tung e Che Guevara, tornando-se defensor do socialismo. Em outubro de 1966, ao lado de Bobby Seale, Newton fundou o Partido dos Panteras Negras, organização socialista revolucionár

Gerônimo

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O líder apache Gerônimo, retratado por volta de 1907. Gerônimo (dito "Goyaalé", ou "O Que Boceja" na língua apache) nasceu em 16 de junho de 1829 nos arredores de Turkey Creek, Novo México. O território ainda fazia parte do México, mas seria incorporado aos Estados Unidos em 1848, após a Guerra Mexicano-Americana. Gerônimo era descendente de Mahko, respeitado líder nativo, e pertencia à tribo dos Bedonkohe, de apaches chiricahua, famosos pela resistência aguerrida contra os invasores desde a era colonial. Em março de 1851, uma companhia de 400 milicianos mexicanos comandados por José María Carrasco, atacou o acampamento de Gerônimo, motivados pelas recompensas que o governo mexicano oferecia por escalpos de apaches. No ataque, os mexicanos mataram a mãe, a esposa e os três filhos de Gerônimo. Furioso, Gerônimo jurou vingança. Buscou então auxílio do guerreiro apache Mangas Coloradas, que há décadas liderava a resistência dos nativos contra as incursões mexicanas. Ma

Epidemia de H1N1

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Trabalhadores são imunizados contra a gripe H1N1 em um ponto de vacinação do SUS montado na rua. Aracruz, Espírito Santo, março de 2010. Sob o governo Lula, o Brasil coordenou a campanha de vacinação contra o H1N1 mais bem sucedida do mundo. Em março de 2009, autoridades sanitárias mexicanas identificaram um surto causado pelo H1N1 - uma nova cepa do vírus Influenza A, responsável por causar pandemia de gripe espanhola que assolou o mundo entre os anos de 1918 e 1920. A doença foi designada como "gripe A", "gripe mexicana" ou "gripe suína" (por conter ARN típico de vírus suínos). O surto logo evoluiu para epidemia e começou a se espalhar pelo mundo, atingindo sobretudo a América do Norte, a Europa e a Oceania. Em abril de 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a epidemia como "emergência de saúde pública de âmbito internacional". Dois meses depois, com a doença se espalhando por 75 países em todos os continentes, a OMS decretou es

A Operação Brother Sam

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O golpe de Estado de 1964 no Brasil resultou da convergência de forças e interesses diversos aglutinados em reação às reformas de base propostas por João Goulart. Apoiado pela esquerda nacionalista, o projeto desenvolvimentista de Goulart preconizava que o combate à concentração fundiária e de renda e a redução da desigualdade social eram passos indispensáveis para a modernização do Brasil. O amplo apoio popular às reformas de base, entretanto, alarmou os segmentos mais conservadores da sociedade, ao sentirem que seus privilégios políticos, sociais e econômicos poderiam estar ameaçados. Empresariado nacional, multinacionais, lideranças religiosas e o oficialato militar se engajaram na condução de uma campanha de desestabilização do governo de João Goulart, justificando o intento golpista por meio do fantasma da ameaça comunista, do discurso moralizante de combate à corrupção e de uma alegada defesa da família e da "liberdade". Embora o contexto nacional criasse as condições n

Leonel Brizola

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Leonel Brizola armado no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, em meio à Campanha da Legalidade, quando defendeu a posse de João Goulart. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1961. Leonel Brizola nasceu em 22 de janeiro de 1922 em Cruzinha, interior do Rio Grande do Sul. A infância de Brizola foi marcada por privações. Seu pai, José Oliveira dos Santos Brizola, foi morto por soldados leais a Borges de Medeiros durante a Revolução de 1923. Sua mãe, Onívia de Moura, teve as terras da família confiscadas em função de um litígio judicial. Após concluir o ensino básico no Colégio Metodista, Brizola mudou-se para Porto Alegre, onde trabalhou como graxeiro, engraxate e serviu no exército. Concluiu posteriormente o curso científico no Colégio Júlio de Castilhos e, em 1945, ingressou no curso de engenharia civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Durante a graduação, Brizola se filiou ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e ajudou a organizar a ala jovem do partido, onde conheceu s

Antonio Gramsci

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O filósofo marxista italiano Antonio Gramsci retratado no início da década de vinte. Nascido em 22 de janeiro de 1891 em uma família de classe média da Sardenha, Antonio Gramsci era um dos sete filhos de Francesco Gramsci e Giuseppina Marcias. Seu pai foi condenado e preso por peculato, deixando a família na pobreza. Ainda criança, Gramsci teve de abandonar a escola e trabalhar para ajudar sua mãe, costureira, a sustentar a família. Concluiu anos mais tarde o ensino básico em Cagliari, onde viveu com Gennaro, seu irmão mais velho, que o introduziu aos estudo do socialismo. Aluno exemplar, venceu um prêmio que lhe concedeu uma bolsa de estudos para cursar literatura na Universidade de Turim, cidade que passava por um rápido processo de industrialização e assistia ao surgimento dos primeiros conflitos trabalhistas. Gramsci passou a frequentar os círculos comunistas de Turim e filiou-se ao Partido Socialista Italiano em 1913. Ainda em Turim, passou a trabalhar como jornalista, ganhando fa

Mais fome, menos carne

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Um caminhão transportando carnes é saqueado por populares após tombar na Rodovia Regis Bittencourt. Itapecerica da Serra, São Paulo, 8 de setembro de 2020. O consumo de carne bovina tem registrado queda acentuada no Brasil, regredindo aos patamares de décadas atrás, quando o país ainda sofria com a fome crônica. Em 2020, o consumo anual per capita de carne bovina foi de 29,3 quilos. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), esse é o menor índice já registrado desde o início da série história, em 1996. A queda no consumo tem sido contínua: o índice de 2020 representa uma queda de 5% em relação ao indicador de 2019 - que, por sua vez, já havia recuado 9% na comparação com 2018. O ápice do consumo de carne vermelha no Brasil ocorreu no fim do primeiro mandato do ex-presidente Lula. Em 2006, os brasileiros chegaram a consumir em média 42,8 quilos de carne bovina por habitante - 13,5 quilos de carne a mais em relação a 2020. A redução do consumo explica-se pela perda do

A política externa de Donald Trump

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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assina um decreto revertendo as alterações do "degelo cubano" - denominação dada à política de abrandamento das sanções estadunidenses contra Cuba, levada a cabo entre 2014 e 2015. O decreto de Trump endureceu as restrições econômicas contra a ilha, voltou a proibir visitas individuais e gastos de cidadãos estadunidenses em estabelecimentos turísticos controlados pelo governo cubano. Na ocasião, o mandatário estadunidense afirmou que "as atrocidades cometidas desde o início do regime dos irmãos Castro não serão toleradas" e que as sanções contra Cuba não serão levantadas até que Cuba "legalize os partidos políticos, reestabeleça eleições livres sujeitas à supervisão internacional e abra o seu mercado ao livre comércio". A reversão do degelo cubano foi apenas a primeira de uma série de medidas tomadas por Donald Trump visando intensificar as sanções contra a ilha. O endurecimento das sanções causaram um prej

A Operação Arenque Vermelho e o Partido Marxista-Leninista dos Países Baixos

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Cartaz e uma capa do jornal "De Kommunist" do Partido Marxista-Leninista dos Países Baixos. O partido era uma legenda falsa, criada pela CIA e pelo serviço secreto holandês no âmbito da Operação Arenque Vermelho/Projeto Mongol. Durante a Guerra Fria, os governos ocidentais incumbiram seu serviços secretos de criarem estratégias para desarticular as organizações socialistas e neutralizar o avanço da esquerda radical. Esses esforços incluíam a criação de think tanks, financiamento de organizações anticomunistas, cooptação dos aparelhos ideológicos, infiltração e sabotagem das organizações de esquerda e fartos investimentos na indústria do entretenimento de massa. Uma outra estratégia era particularmente inteligente e ousada. Consistia na criação de falsos partidos políticos de esquerda - organizações controladas por serviços secretos que se apresentavam como socialistas, mas eram utilizadas para combater o socialismo. Por meio dessas legendas, os serviços secretos obtinham aces

Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES)

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A partir da década de 1950, em meio ao contexto da Guerra Fria, o governo dos Estados Unidos intensificou seus esforços para deter o avanço do comunismo na América Latina e cooptar os aparelhos ideológicos locais para a defesa dos valores liberais, do capitalismo e do "American Way of Life". A Agência Central de Inteligência (CIA), serviço secreto do governo estadunidense, foi responsável por coordenar boa parte desse esforço, empreendendo planos de desestabilização de governos de esquerda e avançando projetos alinhados aos interesses dos Estados Unidos. A criação de think tanks anticomunistas, apresentados sob a fachada de instituições de pesquisa e de fomento ao desenvolvimento, foi uma das principais estratégias utilizadas pela CIA nesse processo. Em 1959, a CIA fundou seu primeiro think tank brasileiro - o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD). Dois anos depois, a agência estadunidense criaria o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), que se tornaria o

Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD)

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Fundada pelo governo dos Estados Unidos em 1947, durante o mandato de Harry Truman, a Agência Central de Inteligência (CIA, no acrônimo em inglês) tinha como prioridades máximas deter o avanço do socialismo, desarticular as organizações e governos de esquerda e apoiar ações alinhadas aos interesses estadunidenses. Nos primórdios da Guerra Fria, a CIA priorizou ações de inteligência, espionagem e cooptação dos aparelhos ideológicos latino-americanos, visando manter todos os países do continente alinhados aos ditames de Washington. Uma das principais estratégias adotadas pela CIA para atingir tais objetivos era a criação de think tanks conservadores e anticomunistas, apresentados sob a fachada de organizações acadêmicas ou institutos de pesquisa dedicados ao desenvolvimento nacional. Esses órgãos tinham por objetivo canalizar o apoio das elites, dos intelectuais, das organizações políticas e de amplos setores das sociedades latino-americanas à agenda política e econômica estadunidense. O

Libertação do Gueto de Lodz

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Cidadãos judeus, soldados soviéticos e militares poloneses comemoram a libertação do Gueto de Lodz, na Polônia. Os sobreviventes do Gueto de Lodz foram libertados pelas tropas do Exército Vermelho em 19 de janeiro de 1945. O local foi o segundo maior gueto criado pelas autoridades alemãs para aprisionar judeus poloneses e ciganos durante a ocupação nazista da Polônia, atrás apenas do Gueto de Varsóvia. O Gueto de Lodz foi transformado em um centro industrial operado por trabalho escravo, voltado a suprir as necessidades alemãs durante a Segunda Guerra Mundial. O gueto chegou a abrigar mais de 210.000 prisioneiros. A partir de 1941, com a implementação da "solução final" e o subsequente genocídio da população judaica, os cativos começaram a ser deportados em massa para campos de extermínio - sobretudo os campos de Auschwitz e Chełmno, onde a grande maioria foi assassinada. O Gueto de Lodz foi o último gueto polonês a ser fechado. Quando as tropas soviéticas libertaram o gueto,

O Hospital Vital Brazil e o governo João Doria

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Entrada do Hospital Vital Brazil, no interior do Instituto Butantan, em São Paulo. Fundado em novembro de 1945 e administrado pelo Instituto Butantan, o Hospital Vital Brazil é o único centro médico especializado no atendimento de pacientes picados por cobras, aranhas, escorpiões e outros animais peçonhentos no Brasil. O hospital é integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e presta assistência médica gratuita 24 horas por dia, sete dias por semana. Mantém um pronto-socorro com dez leitos para observação e internação. Possui uma taxa de resolutividade de 98% dos casos na própria unidade. Em seus 76 anos de história, o hospital já atendeu mais de 100 mil pessoas. Foram mais de 700 atendimentos apenas em 2018. A instituição também desenvolve estudos clínicos e epidemiológicos relacionados a acidentes com animais peçonhentos, administra treinamento e cursos para médicos, enfermeiros, estudantes de medicina e profissionais de saúde. Em maio de 2019, o governador de São Paulo, João Dória, an