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Mostrando postagens de maio, 2022

João Amazonas

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João Amazonas fotografado em 1958. Teórico marxista e expoente do movimento operário, João Amazonas foi fundador e dirigente histórico do Partido Comunista Brasileiro (PCdoB) e organizador da Guerrilha do Araguaia, principal movimento armado de combate à ditadura militar brasileira. Nascido em Belém, capital do Pará, em 1º de janeiro de 1912, João Amazonas iniciou sua militância política participando da Revolução de 1930 — movimento armado que encerrou o pacto oligárquico da República Velha, dando origem à Era Vargas. Alguns anos depois, em 1935, Amazonas se filiou ao Partido Comunista do Brasil (antigo PCB) e logo se tornou integrante do comitê estadual da agremiação. Nesse mesmo ano, fundou uma célula comunista na empresa em que trabalhava e organizou o sindicato da sua categoria. Também assumiu o cargo de dirigente regional da Aliança Nacional Libertadora (ANL) — frente antifascista que fazia oposição ao integralismo e ao governo Vargas, composta majoritariamente por militantes comu

As mulheres e a Revolução de Outubro

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A Revolução de Outubro de 1917 e a subsequente instalação do governo socialista transformaram a Rússia soviética em uma nação pioneira da promoção dos direitos das mulheres. Sob a liderança de Vladimir Lenin, o governo revolucionário russo editou decretos estabelecendo a igualdade formal e jurídica de homens e mulheres e instituiu o direito ao divórcio. No mesmo ano, a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a legalizar o aborto. Os casamentos religiosos foram abolidos e substituídos pela parceria civil. O policiamento das vestimentas também foi abolido. A revolucionária Alexandra Kollontai coordenou uma série de programas que visavam criar o conceito de "nova mulher", incentivando as soviéticas a se libertarem da "opressão do casamento, da maternidade e do trabalho doméstico". O objetivo era criar um modelo mais saudável e autônomo de núcleo familiar, não subordinado à dependência financeira e à lógica do capital. Comentando sobre as alterações, Lenin afirmaria:

A mulher e o capitalismo

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Defender um sistema onde 20 milhões de pessoas morrem de fome, de doenças tratáveis ou de falta de água potável todos os anos é uma tarefa ingrata, mas os liberais não se intimidam diante do desafio. O principal argumento utilizado em defesa do capitalismo é a narrativa de que o sistema permitiu a melhoria das condições de vida da classe operária. Houve de fato avanços nas condições de vida dos trabalhadores, mas essas melhoras derivam mais do próprio progresso tecnológico e das lutas travadas pelos próprios trabalhadores do que do capitalismo. Observando, por exemplo, os avanços conquistados pelas mulheres ao longo do século XX - o direito ao voto, as leis de proteção contra a violência doméstica, o direito de não serem consideradas propriedades de seus maridos, as leis contra a discriminação de gênero - não é difícil notar que nenhum deles foi concedido pela misericórdia dos bancos ou das câmaras de comércio. Ao contrário - foram adquiridos graças às lutas obstinadas travadas ao long